Consciência

de Elihu Genmyo Smith
Tradução para o português de
Maria Heleosina Ribeiro Pessôa


Consciência. Estar consciente. Esta é nossa vida, mais íntima, que não requer conhecimento especial, habilidade intelectual ou atitude única. Isto não é misterioso ou distante. Isto é zazen – isto é prática. Nós não criamos isto; ainda nossos apegos, crenças a que nos prendemos, podem obscurece-la. Prática é a intenção do ser,o esforço em estar, como este momento de consciência. Sentar é estar consciente, sentar corpo-mente – ser como somos, internamente, externamente, persistentes em nossas intenções, apoiadas e reveladas em nosso esforço continuado.

“Eu não gosto” deste momento corpóreo sensorial. Bom. “Não gostar” é a crença em pensamentos a respeito, são as crenças a que nos prendemos. Esta é a oportunidade prática de observação. Observando, podemos chegar a ver como não queremos observar, de que o mundo percebido através de nossos pensamentos parece verdadeiro, que o que nós insistimos em nossos pensamentos, crenças, sentimentos, acerca disto parece verdadeiro. Desafortunadamente nós nos prendemos mais ao mundo dos pensamentos do que a este momento como ele é. Prendermo-nos ao querer sentir desta forma ou daquela é contribuir para isto, negando isto. Mesmo parecendo externa, a emoção-pensamento em que somos capturados, é justamente isto; na prática o esforço de observar é abrir isto, aqui , agora.

O Zazen não esta limitado ao sentar. O zazen é estar consciente. É ser o operador de nossa vida. Isto é cada momento. Nossa atuação é agora. Isto é o universo atuando como nossa vida. Exatamente agora. Estar presente, observar pensamentos, emoção-pensamentos corpóreos, crenças. Sua oportunidade de empenho é exatamente agora, abrindo ao ser este momento de consciência como ele é. É ser corpo-mente, ainda não ligado por idéias de corpo-mente. Nós somos este momento como ele é.

Você aprisionou julgamentos sobre isto? Observe-os. Seja esta consciência. Deixe a consciência como ela é. Isto não depende de você saber alguma coisa sobre o assunto, imaginando como ou o que isto significa, ou qualquer outro conhecimento específico. Sendo, atuando, permitindo a vida fazer você agir. Isto não é misterioso – exceto o que nós imaginamos a respeito. Nós acreditamos que temos que imaginar? Se assim for, há trabalho para fazer – trabalho com a emoção-pensamento deste momento, com a reação às expectativas inadequadas deste momento. O exercício é em dar-nos a nós mesmos além dos limites de nossas idéias de “self” (próprio, eu). Esta é a prática maravilhosa do zazen. Não treinar para algo mais, mas exercitando esforços para sermos o que somos. Não os pensamentos e idéias do que somos. Quando sentamos abrimo-nos para este momento, nós descobrimos estar conscientes de que não depende de nossas idéias sobre isto.

Zazen é a prática de apoiar o estar consciente no sentar ereto, sentar imóvel. “Fazer” não-fazer capacita, dá apoio, encoraja, este momento de corpo-mente. Isto está além de corpo-mente, nenhum outro que corpo-mente. Praticando, sendo esta experiência corpo-sensorial, nós não estamos atados por idéias de corpóreo sensorial. Isto, além de nossas idéias sobre isto, o mundo do corpo-mente.

Algumas vezes, a prática parece uma concentração que estreita, algumas vezes, a prática parece como uma abertura de expansão. Não é nem uma ou outra, não é as duas. O domínio do exercício do zazen, sentar ereto e imóvel, não está limitado às nossas idéias. É vida atuando plenamente, em aparente imobilidade, em aparente atividade. Estar consciente, nas vezes em que nosso esforço parece mais difícil porque a emoção-pensamento que surge nos cega para o restante. Cega para o que? Ao que nos agarramos, à emoção-pensamento. Exercitar permite à ação do corpo-mente estar além do corpo-mente que não é outro que este verdadeiro corpo-mente, este verdadeiramente atuante, simples, leal.

O exercício é voltarmo-nos para nós mesmos, permitindo zazen para zazen; ser atuante é atuar como ser. Algumas vezes dizemos “eu estou muito ocupado para sentar, muito ocupado para vir para zendo zazen”. O “sonho muito ocupado” se estende a estar ocupado para estar no meio de todo tipo de atividade, até mesmo muito ocupado no meio de sentar. Prender a estes emoção-pensamentos nos detém neste momento sem tempo. Assim, embora não exista realmente nenhum mais ou menos,quanto “mais” se estiver consciente, “mais” consciente se é. Este estar presente não é pensar a respeito, é ser este momento como ele é. Ser este momento torna claro o valor e a riqueza do zazen. Isto é a mais comum e simples experiência de estar no prumo (ereto).

O que fazer? Sentar em zazen regularmente. Estar presente no meio da ação, na atividade, com outros, em na imobilidade, sozinho. Nós temos idéias sobre isto, quais são melhores, quais são piores? Observe, olhe de perto as crenças. Percebendo que acreditar na emoção-pensamento é estar alem do acreditar em emoção-pensamento. Trabalhar com um mestre apropriado para você. As circunstâncias e formas de vida, este momento de forças, está oferecendo ensinamento e mestres. Verdadeiramente, esta é a oportunidade mais maravilhosa. Ir além está exatamente aqui, em nenhum lugar mais. Ser esta experiência em ação. Consciência.


Consciência

de Elihu Genmyo Smith
Tradução para o português de
Tenzin Namdrol

Consciência. Ser consciência. Esta é nossa vida, mais íntima, que não requer conhecimento especial, habilidade intelectual ou atitude única. Isto não é misterioso ou distante. Isto é zazen – isto é prática. Nós não criamos isto; ainda nossos apegos, crenças a que nos prendemos, podem obscurece-la. Prática é a intenção do ser o esforço em estar, como este momento de consciência. Sentar é estar consciente, sentar corpo-mente – ser como somos, internamente, externamente, persistentes em nossas intenções, apoiadas e reveladas em nosso esforço continuado.

“Eu não gosto” deste momento corpóreo sensorial. Bom. “Não gostar” é a crença em pensamentos a respeito, são as crenças a que nos prendemos. Esta é a oportunidade prática de observação. Observando, podemos chegar a ver como não queremos observar, de que o mundo percebido através de nossos pensamentos parece verdadeiro, que o que nós insistimos em nossos pensamentos, crenças, sentimentos, acerca disto parece verdadeiro. Desafortunadamente nós nos prendemos mais ao mundo dos pensamentos do que a este momento como ele é. Prendermo-nos ao querer sentir desta forma ou daquela é contribuir para isto, negando isto. Mesmo parecendo externa, a emoção-pensamento em que somos capturados, é justamente isto; na prática o esforço de observar é abrir isto, aqui , agora.

O Zazen não esta limitado ao sentar. O zazen é estar consciente. É ser o operador de nossa vida. Isto é cada momento. Nossa atuação é agora. Isto é o universo atuando como nossa vida. Exatamente agora. Estar presente, observar pensamentos, emoção-pensamentos corpóreos, crenças. Sua oportunidade de empenho é exatamente agora, abrindo ao ser este momento de consciência como ele é. É ser corpo-mente, ainda não ligado por idéias de corpo-mente. Nós somos este momento como ele é.

Você aprisionou julgamentos sobre isto? Observe-os. Seja esta consciência. Deixe a consciência como ela é. Isto não depende de você saber alguma coisa sobre o assunto, imaginando como ou o que isto significa, ou qualquer outro conhecimento específico. Sendo, atuando, permitindo a vida fazer você agir. Isto não é misterioso – exceto o que nós imaginamos a respeito. Nós acreditamos que temos que imaginar? Se assim for, há trabalho para fazer – trabalho com a emoção-pensamento deste momento, com a reação às expectativas inadequadas deste momento. O exercício é em dar-nos a nós mesmos além dos limites de nossas idéias de “self” (próprio, eu). Esta é a prática maravilhosa do zazen. Não treinar para algo mais, mas exercitando esforços para sermos o que somos. Não os pensamentos e idéias do que somos. Quando sentamos abrimo-nos para este momento, nós descobrimos estar conscientes de que não depende de nossas idéias sobre isto.

Zazen é a prática de apoiar o estar consciente no sentar ereto, sentar imóvel. “Fazer” não-fazer capacita, dá apoio, encoraja, este momento de corpo-mente. Isto está além de corpo-mente, nenhum outro que corpo-mente. Praticando, sendo esta experiência corpo-sensorial, nós não estamos atados por idéias de corpóreo sensorial. Isto, além de nossas idéias sobre isto, o mundo do corpo-mente.

Por vezes a prática parece resumir-se à concentranção, estreitando-se; por outras, expandindo-se. Não é que seja uma ou outra, tampouco são duas. O domínio do zazen, estando erecto e em estado de quietude, não trata apenas de elaborações mentais. É a vida em pleno vapor, em aparente movimento enquanto em aparente quietude. Ser consciência em aparente quietude, em aparente ação. Ser consciência porque, por vezes, parecemos despender mais esforço com a emoção/pensamento que na ação que nos torna ainda mais cegos. Cegos a quê? Ao que nos agarramos, à emoção/pensamento. O ser que passa pela experiência permite ao corpo/mente estar além do corpo/mente que não é outro senão este corpo/mente, apenas mente/corpo, sem mais rodeios. .

Neste empenho, devolvermo-nos a nós mesmos, permitindo ao zazen de nos zazenar, é ser atuando e atuando o ser. Dizemos, “estou muito ocupado, ocupadíssimo, para vir ao zendo meditar.” Este “por demais ocupado para meditar,” abarca estar por demais ocupado para fazer o que quer que seja, incluindo meditar. Quando corremos atrás das emoções/pensamentos privamo-nos do momento presente. Embora não haja nem mais nem menos, quanto mais somos consciência mais consciência é ser. Ser o momento confirma o valor e a riqueza da meditação zazen–é o mais pedestre e simples manter-se erecto enquanto se vive a experiência.

O que fazer? Sentar em zazen regularmente. Estar presente no meio da ação, na atividade, com outros, em na imobilidade, sozinho. Nós temos idéias sobre isto, quais são melhores, quais são piores? Observe, olhe de perto as crenças. Percebendo que acreditar na emoção-pensamento é estar alem do acreditar em emoção-pensamento. Trabalhar com um mestre apropriado para você. As circunstâncias e formas de vida, este momento de forças, está oferecendo ensinamento e mestres. Verdadeiramente, esta é a oportunidade mais maravilhosa. Ir além está exatamente aqui, em nenhum lugar mais. Ser esta experiência em ação. Consciência.


by Elihu Genmyo Smith
Retirado do site www.prairiezen.org

Awareness. Being Awareness. This is our life, most intimate, not requiring special knowledge, intellectual ability or unique aptitude. This is not mysterious or distant. This is zazen – this is practice. We do not create this; yet our attachments, held beliefs, can obscure this. Practice is the being intention, effort of being, as this moment awareness. Sitting is being awareness, body-mind sitting – being as we are, inside, outside; maintained in our intentions, supported and revealed in ongoing effort

“I do not like” this bodily sensory moment. Fine. “Not liking” is the believed thoughts about; it is the held beliefs. This is the practice opportunity of noticing. Noticing, we may get to see how we do not want to notice, that the world perceived through our thoughts seems true, that what we insist with thoughts, beliefs, feelings, about this seems true. We unfortunately hold to the world of thoughts rather than being this moment as this is. Holding to wanting to feel this way or that way is adding to, denying this. Even the seeming extra, the emotion-thought we are caught up in, is just this; in the practice effort of noticing is opening this, here, now.

Zazen is not limited to sitting. Zazen is this being awareness. It is being the functioning of our life. This is each moment. Our functioning is now. This is the universe functioning as our life. Right now. Being present, notice thoughts, bodily emotion-thoughts, beliefs. Your effort opportunity is right now, opening in being this moment awareness as it is. It is being body-mind, yet not bound by ideas of body-mind. We are this moment as this is.

Do you hold judgments about this? Notice those. Be this awareness. Allow awareness as this is. This is not dependent upon your knowing something about this, figuring out how or what this means, or any other specific knowledge. Being, functioning, allowing life to function you. This is not mysterious – except that we try to figure this out. Do we believe

that we have to figure this out? If so, then there is work to do – work with the emotion-thought of this moment, with the reaction to unmet expectations of this moment. The exertion is in giving our self to our self beyond the limits of our ideas of self. This is the wonderful practice of zazen. Not training for something else, but exerting effort to be what we are. Not the thoughts and ideas of what we are. As we sit we open to this moment; we discover being awareness that is not dependent on our ideas about this.

Zazen is the practice of supporting being awareness in sitting upright, sitting still. “Doing” nondoing enables, supports, encourages, this moment body-mind. This is beyond body-mind, not other than body-mind. Experiencing, being this bodily sensory experiencing, we are not bound by ideas of bodily sensory. This, beyond our ideas about this, the body-mind-world.

At times, practice seems like a concentration narrowing; at times, practice seems like expansion opening. It is not either-or, it is not two. The realm of the effort of zazen, upright sitting still, is not limited to our ideas. It is life full functioning, in seeming stillness, in seeming activity. Being awareness, at times our effort seems more difficult in activity because the arising emotion-thought blinds us all the more. Blinds to what?

To this, in the midst of holding to emotion-thought, to this which holding to is in the midst of. Being experiencing allows functioning body-mind to be beyond body-mind which is no other than this very body-mind, this very functioning, simple, straightforward.

Efforting is turning our self over to our self, allowing zazen to zazen; being functioning is functioning as being. Sometimes we say “I am too busy to sit, too busy to come to zendo zazen.” The “too busy dream” extends to being too busy to be in the midst of all sorts of activities, even too busy in the midst of sitting. Holding to these emotion-thoughts keeps us from this timeless moment. Therefore, though there is actually no more or less,

the “more” being awareness, the “more” awareness is being. This being present is not thinking about, it is being this moment as it is. Being this moment makes clear the value and richness of zazen, of sitting zazen. This is the most ordinary and simple being upright experiencing.

What to do? Sit zazen regularly. Be present in the midst of functioning, in activity, with others, in stillness, alone. Sit zazen with others, sit zazen alone. Do we have ideas about these, which are better, which worse? Notice, look closely at the beliefs. Noticing believing emotion-thought is being beyond believing emotion-thought. Work with a teacher appropriate for you. The circumstances and forms of life, this moment of forces, is offering teaching and teachers. Truly, this is a most wonderful opportunity. Going beyond is right here, nowhere else. Being this functioning experiencing. Awareness.



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