Ensinamentos Zen de Huang Po – Parte 5

MEMÓRIA CHÜN CHOU DO MESTRE ZEN HUANG PO (TUAN CHI)

COLEÇÃO DE SERMÕES E DIÁLOGOS POR P’EI HSIU DURANTE SUA ESTADIA NA CIDADE DE CHÜN CHOU

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2.

Com relação à prática dos paramitas* é imenso o número de práticas semelhantes, o logro dos méritos deveria ser tão numeroso como as areias o rio Ganges, pois se somos fundamentalmente completos em todos os aspectos, não deveríamos tratar de suprimir tal perfeição com práticas tão insensatas. Quando se apresente a ocasião para isso, as coloquem em prática e quando a ocasião passar, permaneçam serenos. Se não estiverem completamente convencidos de que a Mente é o Buda e se sentirem apego às formas, práticas e conquistas meritórias, seu modo de pensar será falso e completamente incompatível com o caminho. A Mente é o Buda e não existe nenhum outro Buda nem nenhuma outra Mente. É luminosa e sem mácula como o vazio e não tem forma nem aparência alguma. Empregar a Mente no pensamento conceitual equivale a abandonar a substância e agarrar-se à forma. O Buda imortal não é um Buda da forma nem do apego. Praticar os seis paramitas e outra infinidade de práticas semelhantes, com o objetivo de realizarem um Buda por esse meio, é avançar por etapas; porém o Buda imortal não é um Buda de etapas. Despertem a Mente Única e não haverá nada mais para alcançar. Este é o Buda verdadeiro. O Buda e todos os seres sencientes são a Mente Única e nada mais.  (*) Caridade, moralidade, paciência na aflição, fervorosa aplicação, correto controle da mente e a aplicação da mais alta sabedoria.  Tradução do texto: Flávio Shunya

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