Lama Padma Samten


Lama Padma Samten


Biografia
Livros
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Biografia
O longo caminho de um professor de física na busca da compreensão do mundo. Alfredo Aveline foi professor do Departamento de Física da UFRGS de 1969 à 1994, com um intervalo de dois anos e meio. Em 1982 tornou-se budista tibetano, em 1993 recebeu o nome de Padma Samten ( Padma = lótus; Samten = estabilização meditativa) e em dezembro de 1996 foi ordenado lama do budismo tibetano. Ele nasceu em Rio Grande, vai completar 50 anos no dia 24 de janeiro que vem, está no terceiro casamento e tem três filhos: Ana Cláudia, Ricardo, e Sofia.

Quando não está na sede do Centro de Estudos Budistas, no bairro Menino Deus (de onde navega pelo mundo via Internet), Alfredo Aveline está na sede Centro de Estudos Budistas de Caminho de Meio, instalada em 4,2 hectares de terra no município de Viamão, a 25 quilômetros do centro de Porto Alegre. Ou em algum ponto do Brasil em função de seu trabalho como lama.

Antes de chegar ao budismo ele despertou para a questão ecológica e durante a ditadura militar participou da campanha contra a Acordo Nuclear Brasil-Alemanha. Debateu com representantes do governo e publicou vários textos alertando para o perigo da energia nuclear. Quando o projeto das usinas atômicas empacou, dedicou-se a fontes alternativas de energia e chegou a trabalhar no embrião do Grupo de Energia Solar de UFRGS. Até promover o retorno ao verde.

LICENÇA PARA PENSAR

No final dos anos 70, seus vários interesses começaram a confluir e ele resolveu realizar o velho sonho de organizar a vida perto da natureza, onde pudesse testar e dar testemunho do uso de tecnologias alternativas, aprofundar a prática de yoga, ter tempo para pesquisar questões como física quântica. Coisa que dentro da universidade não se atreveria a propor como plano de trabalho. Ao invés de esperar pela aposentadoria, dali a 20 anos, resolveu se demitir. Mas foi convencido a pedir uma licença não-remunerada.

Resolveu provar que podia “viver por conta própria” no meio da natureza. Foi morar na encosta do Planalto, um lugar montanhoso na divisa do município de Três Coroas com Taquara, no Vale do Rio Paranhana. Montou uma pequena indústria de laticínios nas terras que havia comprado anos antes e passou a produzir iogurte, queijo e ricota com o leite produzido na comunidade. Acredita até que contribuiu para conscientizar os pequenos produtores da região sobre a exploração.

O lugar se tornou ponto de convergência de jovens, chegando a abrigar 20 pessoas: gente fugida de casa, gente vinda do Uruguai, viajantes. E confusão por tudo que era lado…Claro que as drogas eram proibidas, incluindo cigarro e álcool. Drogas e entrar em casa de sapato (por causa do barro). “Foi um período mágico”.

Enquanto viveu na encosta do Planalto teve tempo até para ler sobre budismo, mas a aceitação só aconteceu depois que voltou a lecionar no Departamento de Física. E não teve nada de dramático, veio vindo aos poucos, sem traumas nem data certa. Ele reconhece que sua forma de compreensão da física sofreu modificações. Em contrapartida, sua forma de compreensão do budismo também se modificou.
Isso talvez explique a façanha de ter lecionado duas disciplinas para alunos do Curso de Filosofia, numa espécie de “introdução da física para filósofos, abordando questões filosóficas da física”. Essa abertura (fechada pouco depois), que motivou sua carreira na Universidade, ele agradece ao professor Fernando José da Rocha, chefe do Departamento de Filosofia, na época.

Texto extraído de http://www.dharma.hpg.ig.com.br

Alfredo Aveline (Padma Samten) nasceu em Porto Alegre, em 1949. Formou-se e fez mestrado em Física na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, onde lecionou no Departamento de Física de 1969 a 1994. O primeiro contato com o budismo ocorreu na década de 70, através de leituras e de amigos praticantes. Em 1982 a conexão com o budismo já estava estabelecida. Aveline seguia a tradição Zen, mas, ao mesmo tempo, estudava os textos tradicionais (sutras) e também os ensinamentos de outras correntes budistas e não-budistas. Em 1986 fundou o Centro de Estudos Budistas, para promover a melhor compreensão dos ensinamentos do Buda na nossa cultura e também a prática de meditação – e foi um dos co-editores da revista Bodisatva. O CEB recebeu muitos visitantes ilustres e participou da organização das visitas de Sua Santidade, o XIV Dalai Lama, em 1992, a Porto Alegre e em 1999 a Curitiba. A transição formal de Aveline do Zen para o budismo tibetano começou em 1993, quando Sua Eminência Chagdud Tulku Rinpoche esteve em Porto Alegre pela primeira vez. Pouco depois recebeu de seu mestre os votos de refúgio e o nome de Padma Samten. Em 14 de dezembro de 1996, no Khadro Ling, em Três Coroas, foi ordenado lama por Rinpoche. O antigo CEB tornou-se o Centro de Estudos Budistas Bodisatva, que reúne os alunos do lama para ensinamentos e retiros na nova sede, na Estrada do Caminho do Meio, em Viamão (RS). Hoje o lama Padma Samten exerce sua atividade também em inúmeras outras cidades e locais por todo o Brasil, difundindo os ensinamentos budistas em uma abordagem voltada diretamente a prática na vida cotidiana e a meditação.


Livros
A jóia dos desejos
Meditando a vida


Textos

  • Arte, Ciência e Espiritualidade
  • Ação Ecológica e Pacifista Unindo Método e Meta
  • A visão budista da questão cognitiva
  • O Caminho direto
  • Uma Breve Introdução ao Budismo
  • O Propósito da Educação no Budismo
  • O Contexto do Treinamento em Meditação
  • Início, meio e fim
  • As três voltas do Darma
  • Estabilidade condicionada
  • Paz no dia-a-dia
  • Ilusões pertubadoras
  • O Samsara
  • Qual foi a Linhagem do Buda Sakiamuni?
  • Praticando o darma através da meditação
  • Prática na vida Cotidiana

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