Mente Zen” é uma dessas frases enigmáticas que os mestres Zen usam para fazer você se auto-observar; ir além das palavras e começar a refletir. “Eu conheço a minha mente” você se diz, “mas o que é a mente Zen?” E continua: “Mas será que eu realmente conheço a minha mente? E isto que estou fazendo agora? Eu que estou pensando agora?” E se você procurar sentar e ficar fisicamente quieto por algum tempo para ver se descobre o que é sua mente e tentar localizá-la, então já começou a prática do Zen, começou a perceber a mente ilimitada. A inocência deste primeiro questionamento – apenas se perguntar “o que sou eu?” – é mente de principiante.
A Mente de principiante é necessária através de toda a prática Zen. E a mente aberta, é a atitude que inclui tanto a dúvida quanto a possibilidade, a capacidade de ver as coisas sempre de forma nova em seu frescor original. Ela é necessária em todos os aspectos da vida. A mente de principiante é a prática da mente Zen.
Este livro tem origem numa série de palestras que o Mestre Zen Shunryu Suzuki fez para um pequeno grupo em Los Altos, Califórnia, Ele participava das práticas de meditação do grupo uma vez por semana e depois respondia a perguntas e procurava encorajar os participantes na prática do Zen, ajudando-os a resolver os problemas da vida. Sua abordagem é informal, e seus exemplos são tirados de acontecimentos comuns e do bom senso.
Zen é aqui e agora, diz ele; e pode ser tão significativo para o Ocidente quanto para o Oriente. Contudo, seus ensinamentos e sua prática fundamental são provenientes dos muitos séculos de Zen-budismo e especialmente de Dogen, um dos mais importantes e criativos dentre todos os mestres Zen.
Este livro o único de Shunryu Suzuki, é sobre a prática do Zen como disciplina e caminho viável, sobre postura e respiração, sobre as atitudes e entendimentos básicos que tornam a prática do Zen possível, sobre a não-dualidade, o vazio e a iluminação. Através dele começamos a entender o que é realmente o Zen. E acima de tudo, cada página respira a alegria e a simplicidade que tornam possível uma vida livre de condicionamentos,
Shunryu Suzuki diz: “O mundo é sua própria mágica” – sentimento que permeia o livro todo, Lendo o livro com atenção, a mesma frase ou seqüência de idéias é simultaneamente simples e óbvia, obscura e desconcertante, e iluminadora. Aqui temos uma obra que provoca uma intensa, profunda e jubilosa reflexão.