O que há em nossa vida neste preciso momento que desejamos evitar?
Tudo que for repetitivo, monótono, doloroso ou infeliz; não queremos correr no lugar com isso. Não mesmo!
O primeiro estágio da prática é darmo-nos conta de que raramente estamos presentes, de que não estamos vivenciando a vida, de que estamos pensando sobre ela, conceituando-a, elaborando opiniões a seu respeito.
Um componente primordial da prática é perceber até onde esse medo e essa pouca vontade nos dominam.
Se praticarmos com paciência e persistência, entraremos no segundo estágio.
Começamos aos poucos a tomar consciência das barreiras de ego existentes em nossa vida: os pensamentos, as emoções, as evasivas, as manipulações, a todas essas facetas podem ser agora observadas e objetivadas com mais facilidade.
Essa objetivação é dolorosa e reveladora, mas se prosseguirmos, as nuvens que obscurecem o panorama ficarão mais tênues.
E qual é o terceiro e crucial estágio curativo?
É a experiência direta de tudo que nos apresente a vida.
Tão simples assim? Sim.
Fácil? Não.
Jamais crescemos se sonhamos com um estado futuro maravilhoso ou lembrando feitos passados. Crescemos sendo o que somos e estando onde estamos, vivenciando nossa vida tal como ela é, exatamente agora. Precisamos experimentar nossa raiva, nosso pesar, nossos fracassos, nossa apreensão, e eles podem ser nossos professores, quando não nos afastamos deles. Quando fugimos do que nos é dado, não podemos aprender tampouco crescer. Isso não é nada difícil de entender, embora seja difícil de executar. Os que persistem, contudo, serão os que crescerão em seu entendimento e em sua compaixão.
Por quanto tempo é necessária essa prática? Para sempre.