Dongshan Liangjie (Tung-shan Liang-chieh; Tozan Ryokai)
O Trigésimo-oitavo Patriarca.
Referências
Por Philip Kapleau
Por Deshimaru
Transmissão de Yün-yen
Transmissão para Tao-ying
Discípulos
Linhagem
Referências1
Herdeiro de Dharma de Yunyan Tansheng.
Deu Transmissão a Yunju Daoying.
Aparece em “Registros do Precipício Azul” Caso 43, “Registros do Silêncio” 22, 49, 56, 89, 94, 98,. Ver Denkoroku Capítulo 39. Também Ver a série Rhythm and Song: Commentaries on the Hokyo Zanmai
Por Philip Kapleau2
Tozan Ryokai (Rm chinês, Tung-shan Liang-chieh; 807-869): O primeiro Patriarca da seita Soto na China e formulador dos Cinco Degraus (da compreensão).
Por Taizen Deshimaru4
Tozan nasceu em 807 na China, no oeste do rio Yan Po. É o décimo primeiro patriarca chinês depois de Bodhidarma. Seu mestre de transmissão foi Ungan Donjo (782-841). Porque escreveu o Hokyo Zan Nai? Graças ao acaso:
Um dia, em uma de suas viagens, passou sobre uma ponte; olhou a água que corria abaixo dele e compôs este poema:
"Não procures o caminho nos outros,
em lugar longínquo;
o caminho está sob nossos pés.
Agora viajo só…
Mas posso encontrá-lo em todas as partes;
certamente, ele é eu agora,
mas agora eu não sou ele.
Assim também, quando encontro o que encontro,
posso obter a verdadeira liberdade."
Este poema serviu de base para o Hokyo Zan Mai, concretamente seus últimos versos, e foi a fonte de dito canto.
Os escritos Zen nos narram a seguinte história sobre a morte de Tozan:
Morreu relativamente jovem, aos sessenta e três anos. Pouco antes de morrer ele mesmo raspou sua cabeça, se vestiu com sua mais linda kesa e deu ordens a seus discípulos para repicar a grande campana exterior; morreu escutando o som deste sino. Seus discípulos se puseram a chorar.
Então o Mestre Tozan lhes disse:
"Queridíssimos discipulos, porque choram por mim? Não deveis estar atados ao corpo e ao espírito. Esta é a verdadeira prática do monge Zen. Porque se entristecem deste modo?"
Permaneceu ainda com eles uma semana e em oito de março de 869, depois do banho, morreu em postura de zazen. Apesar da parada cardiaca e respiratoria sua postura não se desfez.
Transmissão de Yün-yen3
38. De Yün-yen para
Tung-shan
Quando pequeno, Tung-shan estudava o Sutra do Coração. Certa vez, ao ler o trecho “não há olhos, ouvidos, nariz…”, ele tocou seu próprio rosto e se perguntou: “Eu tenho olhos, ouvidos e nariz.
Por que o sutra diz que ele não existem?” Aos 20 anos, Tung-shan tornou-se monge e ficou intrigado com um kôan, que termina citando uma frase do Avatamsaka Sutra:
Pergunta: O que é a mente dos antigos buddhas?
Resposta: Cercas, muros, telhas e seixos.
Pergunta: Os fenômenos não-sencientes podem pregar o dharma?
Resposta: Certamente, o não-senciente prega continuamente, vigorosamente, eloqüentemente.
Pergunta: Qual é a base textual para essa afirmação?
Resposta: Nenhum mestre apresentaria ensinamentos que contrariassem a harmonia dos sutras que registram as palavras de Buddha.
“Os mundos, os seres sencientes e todos os fenômenos do passado, do presente e do futuro, proclamam o dharma.”
Pensando nisso, Tung-shan foi perguntar ao mestre Yün-yen:
Tung-shan: Quem pode perceber o fenômeno não-senciente proclamando dharma? Quem pode ouvir os antigos muros de pedra proclamando a não-dualidade?
Yün-yen: Apenas indo além do senciente é que é possível ouvir a proclamação primordial do fenômeno não-senciente.
Tung-shan: Você pode ouvi-la?
Yün-yen: Se eu não estivesse apresentando-a agora, você não poderia ouvir a minha exposição do dharma.
Tung-shan: Não quero ouvir a sua exposição se ela obscurecer o som de todos os fenômenos proclamando o dharma.
Yün-yen: Se você não pode apreciar o meu ensinamento, como ouvirá o ensinamento universal que vem de todas as direções? Eles não são diferentes!
Tung-shan: Agora estou desperto! Que maravilhoso! A proclamação da não-dualidade por todos os fenômenos ocorre simplesmente pelo fato do fenômeno aparecer como um fenômeno. Antes, com o ouvido convencional, eu não podia ouvir o som do indescritível. Agora, ouvindo o olho sabedoria, o indescritível fala, eloqüentemente, em todos os lugares.
Tung-shan: É exatamente como é.
Indo além do senciente e do não-senciente, Tung-shan ouviu a proclamação de todos os fenômenos e despertou. Que maravilhoso!
Transmissão para Tao-ying3
39. De Tung-shan para
Tao-ying
Como monge, Tao-ying não se interessava muito pelas escrituras, mas tinha praticado extensivamente com vários mestres Zen. Finalmente, encontrou o mestre Tung-shan.
Tung-shan: Qual é o seu nome?
Tao-ying: Eu sou Tao-ying.
Tung-shan: Qual é o nome além de todos os estágios da evolução, além de todos os estados da realização?
Tao-ying: Falando além de todos as perspectivas, Tao-ying não pode dizer, “Eu sou Tao-ying.”.
Tung-shan: Este é, precisamente, o mesmo modo com o qual respondi ao meu mestre. Obrigado, caro amigo, meu caminho de totalidade vai se expandir além de todos os horizontes.
Com esta transmissão, começou a linhagem Ts’ao-tung, que posteriormente seria chamada de Sôtô, no Japão, e que continua a levar o caminho da totalidade até os dias de hoje.
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Fontes:
- “Ensinos do Mestre Zen Anzan Roshi”(texto compilado pelo Ven. Jinmyo Fleming ino e traduzido ao Português por Claudio Miklos.
- “Os três pilares do Zen” de Philip Kapleau
- www.dharmanet.com.br
- “La Práctica del Zen” de Taizen Deshimaru
Entre os discípulos, que receberam Transmissão do Dharma de Tung-shan, estão: