Ergue, criança, a fronte condorina …

Ergue, criança, a fronte condorina … (Augusto dos Anjos)

Soneto

Ao meu prezado irmão Alexandre Júnior, pelo término dos seus estudos neste ano,
em troféu de homenagem ao grande aproveitamento que deles soube tirar;
a aplicação será sempre a “alma mater” da inteligência humana, e o caminho
mais perfeito que nos pode levar à tortuosa via da Ciência.

Ergue, criança, a fronte condorina
Que é tua fronte, oh!, genial criança,
É como a estrela-d’alva da esperança,
Do talento sagrado que a ilumina!

Ergue-a, pois, e que, à auréola purpurina
Do Sol da Ciência, o rútilo tesouro
Do Estudo – o Grande Mestre – que te ensina,
Chova sobre ela suas gemas d’ouro!

E hoje que colhes um laurel bendito,
Aceita a saudação que num contrito
Fervor, eleva, qual penhor sincero

Um peito amigo a outro peito amigo,
A um gênio que desponta e que eu bendigo,
A um coração de irmão que tanto quero!

Engenho Pau d’Arco – 14 de dezembro de 1901.

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