Oswald morto (Ferreira Gullar)
Enterraram ontem em São Paulo
um anjo antrpófago
de asas de folha de bananeira
(mais um nome que se mistura à nossa vegetação tropical)
As escolas e as usinas pailistas
não se detiveram
para olhar o corpo do poeta que anunciara a civilização do ócio
Quanto mais pressa mais vagar
O lenço em que pela última vez
assoou o nariz
era uma bandeira nacional
NOTA:
Fez sol o dia inteiro em ipanema
Oswald de Andrade ajudou o crepúsculo
hoje domingo 24 de outubro de 1954