Metodologia
Serão avaliados os lotes de peixes de água doce coletados no Espírito Santo e depositados nas coleções do Museu Nacional/UFRJ (MNRJ); Museu de Zoologia/USP (MZUSP); Museu de Ciências/PUC (MCP); Coleção de Peixes do Museu de Zoologia da UNICAMP (ZUEC-pis); Coleção de Peixes do Laboratório de Ictiologia de Ribeirão Preto (LIRP); Coleção Ictiológica da Universidade Federal do Espírito Santo (LabNec); e Coleção ictiológica do Museu Mello Leitão (MBML-peixes), disponíveis em banco de dados do CRIA e Neodat
As informaçõesde localidades serão avaliadas geograficamente, com a definição aproximada dos pontos de georeferenciamento, sempre que possível. A partir das informações inventariadas, serão determinados índices de amostragem estadual e para cada trecho de bacia.
Serão consideradas áreas pouco ou nada amostradas as que tiverem um índice inferior ao calculado para o estado, buscando uma maior homogeneidade na representatividade das coleções, sendo realizadas coletas nas áreas pouco ou nada amostradas no Espírito Santo.
Cada ponto de coleta será localizado por GPS, descrito acerca das condições ambientais, fotografado e feita anotação sobre horário e artefatos de pesca empregados. As amostragens serão efetuadas com o uso de puçás, picarés, “covo”, redes e tarrafas. Os exemplares coletados serão fixados em formalina a 10% e transportados para o laboratório do MBML, ondeserão triados, transferidos para conservação em álcool a 70%, identificados, fotografados e catalogados.
Os exemplares catalogados serão depositados nas coleções ictiológicas do MBML e do MNRJ, no caso das espécies capturadas em maior quantidade, este material poderá ser permutado com outras coleções reconhecidas para facilitar o acesso de pesquisadores e estudantes.
A identificação das espécies de peixes será realizada com base principalmente em caracteres pertinentes à taxonomia de cada um dos grupos. A identificação será confrontada com as respectivas descrições e/ou revisões recentes e sempre que possível confrontada com os espécimens-tipo.
Preparações osteológicas serão providenciadas sempre que necessário, e deverão seguir primariamente a metodologia descrita por Taylor & Van Dyke 1985), a qual resulta em ossos e cartilagens respectivamente corados em tons de vermelho e azul. Para identificação dos exemplares e avaliação de dados merísticos e morfométricos será utilizada lupa estereoscópica com iluminação incidente e transmitida. A tomada de dados morfométricos será feita compaquímetro digital com aproximação de décimo de milímetro. As espécies registradas, que não corresponderem a formas previamente conhecidas, serão separadas, fotografadas, e uma vez reconhecidas como novas se procederá àdescrição formal para publicação.
A delimitação dos padrões de distribuição geográfica será estabelecida pela presença de táxons nas unidades das diversas bacias e micro-bacias do Estado do Espírito Santo. Como mínimo serão consideradas três regiões para cada bacia identificadas como trechos alto, médio e baixo (no caso das bacias que nascem em estados vizinhos serão considerados apenas os trechos dentro do Espírito Santo).
Será desenvolvido um mapa com a distribução das espécies no estado. Para definição das áreas de endemismo poderá ser utilizado o programa NDM/ VNDM (Goloboff 2005), que implementa o método baseado em quadrícula desenvolvido por Szumik et al. (2002) e posteriormente aperfeiçoado por Szumik & Goloboff (2004). Este método permite um procedimento formal paraidentificação de áreas de endemismos.
Os padrões de distribuição encontrados para o Espírito Santo serão confrontados com publicações sobre distribuição geográfica nas áreas vizinhas compreendidas no âmbito da Região Hidrográfica Atlântico Leste e Sudeste(CNRH, 2003).