Introdução

De acordo com Oliveira (1948) quatro córregos desembocavam na Lagoa de Piratininga: Tamboatá, Aperta-Cinta, Jacaré e Piratininga. A lagoa de Itaipu era alimentada pelo Rio João Mendes e outros quatro córregos Boa-Vista, Vala, Candobe e Itaipu (figura 1)
Figura 1. Mapa publicado em Oliveira, 1948

Rodrigues (2004) cita Tinoco (1995): “A Lagoa de Piratininga é a receptora dos rios Arrozal e Jacaré; e dos córregos da Viração e do Cafubá. A Lagoa de Itaipu é receptora dos Rios João Mendes e dos córregos da Tiririca e de Itacoatiara. Estes cursos d’água é que formam a Macrobacia da Região Oceânica do Sistema Lagunar Piratininga – Itaipu” (figura 2).

Figura 2. Macrobacia da Região Oceânica do Sistema Lagunar Piratininga – Itaipu (segundo Tinoco, 1995).

As Microbacias da Lagoa de Itaipu para efeito deste projeto foram consideradas conforme a figura 3. Esta figura foi construída por nossa equipe, tomando como referência a Carta Topográfica da Baía de Guanabara (SF-23-Z-B-IV-4) na escala de 1:50.000 e ajustado usando o Google Earth e ajustado em campo com a ajuda de GPS. Os nomes dos córregos foram usados conforme Tinoco (1995).

Figura 3. Microbacias da Lagoa de Itaipu. Baseado na Carta Topográfica Matricial Baía de Guanabara SF-23-Z-B-IV-4 de 1:50.000 e os nomes adotados de Tinoco, 1995.

Córrego da Tiririca. Nasce na Serra da Tiririca, no contraforte do Morro do Telégrafo, a 200 metros de altitude. Com o nome de córrego dos Colibris, desce da nascente, pelo Parque Estadual da Serra da Tiririca, até seus limites na Rua Scylla Souza Ribeiro. A partir deste trecho segue por canalização subterrânea, passando pelo Bairro Peixoto até a Escola Professora Alcina, onde desaguava inicialmente. Deste ponto segue canalizado (figura 4), por aproximadamente 800m até seu novo ponto de deságue na Lagoa. Este desvio foi construído para dar lugar a construção do Bairro Boa Vista. É um córrego temporário, ou seja depende do regime de chuvas. No total tem um percurso de 2.500 m até desembocar na Lagoa da Itaipu.

Figura 4 – Inicio do canal aberto do córrego da Tiririca.

Agricultura Sintrópica. A recuperação da área tem como objetivo, segundo a Lei Federal nº 9985/2000 a “(…) a restituição de um ecossistema ou de uma população silvestre degradada a uma condição não degradada, que pode ser diferente de sua condição original”. Os sistemas de produção agroecológicos são baseados na sucessão natural de espécies, na complexificação do ambiente (consórcios) e na sintropia. Cada intervenção no sistema deve deixar um saldo positivo no balanço energético, econômico, na quantidade e na qualidade de espécies como ocorre na natureza (Vaz, 2001). A agricultura sintrópica reúne estas características e usa a poda e a capina, como forma de acelerar a reciclagem da matéria orgânica, sendo de grande eficiência para a recuperação em áreas degradadas com inclusão do ser humano através da produtividade dos arranjos sintrópicos.

Agricultura sintrópica