Ecologia das mudas



Nome Popular Nome Científico Porte Grupo Ecológico Funções Ecológicas Exigência de Luz
Abiu do Mato Chrysophyllum viride Dossel Secundária Tardia Alimento para fauna, Conservação de solos Meia-sombra
Abiu Verde Chrysophyllum cainito Dossel Secundária Tardia Alimento para fauna, Ornamental Meia-sombra
Alecrim de Campinas Holocalyx balansae Emergente Clímax Madeira de qualidade, Conservação Pleno sol
Amendoim Bravo Pterogyne nitens Dossel Secundária Inicial Recuperação de áreas degradadas, Fixação de nitrogênio Pleno sol
Andauçu Joannesia princeps Emergente Pioneira Recuperação de áreas degradadas, Produção de óleo Pleno sol
Angelim Morcego Andira anthelmi Emergente Secundária Tardia Alimento para fauna, Madeira durável Pleno sol
Araçá Amarelo Psidium cattleianum Arbusto Pioneira Alimento para fauna, Recuperação de áreas Pleno sol
Araçá Pêra Psidium acutangulum Arbusto Pioneira Alimento para fauna, Melífera Pleno sol
Araticum Cagão Annona crassiflora Arbusto Secundária Inicial Alimento para fauna, Resistente à seca Meia-sombra
Araticum Miúdo Annona coriacea Arbusto Secundária Inicial Alimento para fauna, Medicinal Meia-sombra
Bacupari Garcinia gardneriana Sub-bosque Secundária Tardia Alimento para fauna, Ornamental Sombra
Baru Dipteryx alata Emergente Secundária Tardia Alimento para fauna, Madeira de lei Pleno sol
Bicuíba Vermelha Virola bicuhyba Dossel Secundária Tardia Alimento para fauna, Produção de resina Meia-sombra
Biribá Annona mucosa Dossel Secundária Inicial Alimento para fauna, Frutífera Meia-sombra
Braúna Sangue de Burro Melanoxylon brauna Emergente Clímax Madeira de lei, Conservação Pleno sol
Cabeludinha Myrciaria glazioviana Arbusto Secundária Inicial Alimento para fauna, Frutífera ornamental Meia-sombra
Cajá Mirim Spondias mombin Dossel Pioneira Alimento para fauna, Recuperação de áreas Pleno sol
Camboatá Cupania oblangifolia Dossel Secundária Tardia Alimento para fauna, Conservação Meia-sombra
Camboatá Mirim Cupania vernalis Sub-bosque Secundária Inicial Alimento para fauna, Proteção de nascentes Sombra
Cambucá Plinia edulis Dossel Secundária Tardia Alimento para fauna, Frutífera rara Meia-sombra
Canela Branca Ocotea acutifolia Dossel Secundária Tardia Alimento para fauna, Medicinal Meia-sombra
Capixingui Croton floribundus Dossel Pioneira Recuperação de áreas degradadas, Melífera Pleno sol
Carobinha Jacaranda puberula Dossel Secundária Inicial Ornamental, Melífera Pleno sol
Cássia Ferrugínea Senna multijuga Dossel Pioneira Recuperação de áreas, Fixação de nitrogênio Pleno sol
Cássia Siamea Senna siamea Dossel Pioneira Recuperação de áreas, Quebra-vento Pleno sol
Castanha do Maranhão Pachira glabra Dossel Secundária Inicial Alimento para fauna, Ornamental Pleno sol
Cedro Cedrela fissilis Emergente Secundária Inicial Madeira nobre, Conservação Pleno sol
Cereja de Joinville Eugenia candoleana Sub-bosque Secundária Tardia Alimento para fauna, Ornamental Sombra
Cumaru Amburana cearensis Emergente Secundária Tardia Madeira de lei, Medicinal Pleno sol
Gonçalo Alves Astronium fraxinifolium Emergente Secundária Tardia Madeira de lei, Conservação Pleno sol
Guamirim Myrcia splendens Arbusto Secundária Inicial Alimento para fauna, Melífera Meia-sombra
Guaquica Myrciaria guaquiea Arbusto Secundária Inicial Alimento para fauna, Frutífera Meia-sombra
Imbiruçu Grande Pseudobombax longiflorum Emergente Pioneira Recuperação de áreas, Ornamental Pleno sol
Ingá de Rio Inga vera Dossel Pioneira Fixação de nitrogênio, Proteção de margens Pleno sol
Jatobá Hymenaea courbaril Emergente Clímax Alimento para fauna, Madeira durável Pleno sol
Leiteira - Esperta Tabernaemontana hystrix Sub-bosque Secundária Tardia Medicinal, Ornamental Sombra
Mamão Jacatiá Jacaratia spinosa Dossel Pioneira Alimento para fauna, Recuperação de áreas Pleno sol
Maria Preta Vitex polygama Dossel Secundária Inicial Alimento para fauna, Melífera Pleno sol
Oiti Licania tomentosa Dossel Secundária Tardia Alimentícia, Ornamental urbana Pleno sol
Palmito Juçara Euterpe edulis Sub-bosque Secundária Tardia Alimento para fauna, Conservação Sombra
Pau Brasil Paubrasilia echinata Dossel Secundária Tardia Conservação, Madeira histórica Pleno sol
Pau Cigarra Senna multijuga Dossel Pioneira Recuperação de áreas, Fixação de nitrogênio Pleno sol
Pau Jacaré Piptadenia gonoacantha Dossel Pioneira Recuperação de áreas, Fixação de nitrogênio Pleno sol
Pitomba Talisia esculenta Dossel Secundária Tardia Alimento para fauna, Frutífera Meia-sombra
Saboneteiro Sapindus saponaria Dossel Secundária Tardia Produção de saponina, Ornamental Pleno sol
Sanandu Erythrina velutina Dossel Pioneira Fixação de nitrogênio, Recuperação de áreas Pleno sol
Sapucainha Carpotroche brasiliensis Dossel Secundária Tardia Alimento para fauna, Medicinal Meia-sombra
Sibipiruna Cenostigma pluviosum Emergente Secundária Inicial Ornamental urbana, Sombra Pleno sol
Tarumã Citharexylum myrianthum Dossel Secundária Inicial Alimento para fauna, Ornamental Pleno sol
Tarumã Branco Vitex megapotamica Dossel Secundária Inicial Alimento para fauna, Proteção de margens Pleno sol
Trapia Crateva Tapia Dossel Secundária Inicial Alimento para fauna, Medicinal Pleno sol
Uvaia Eugenia pyriformis Sub-bosque Secundária Inicial Alimento para fauna, Frutífera Meia-sombra


Mini Mutirão 20250909

Mini mutirão realizado em 9 de setembro de 2025, no Espaço Colibris com trabalhos de limpeza, poda e plantio de seis mudas de espécies nativas. Entre elas Cabeludinha e Vinhático.

FOTOS:

VÍDEO

Trapia

Trapia

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A Tapia ou Trapiá (Crateva tapia).

1. Estratificação Florestal (Estrato Vertical)

A Tapia (Crateva tapia) é classificada como uma árvore de porte médio, ocupando preferencialmente o dossel médio da floresta.

Porte: Geralmente atinge de 5 a 15 metros de altura, sendo menos comum exemplares maiores.
Copa: Apresenta uma copa arredondada, irregular e bastante aberta, que permite a passagem de boa quantidade de luz.
Posicionamento: Sua altura característica a posiciona na camada intermediária da floresta (dossel médio), abaixo das árvores gigantes (emergentes). Sua copa aberta não forma um dossel contínuo e fechado.

Resumo da Estratificação: É uma árvore de estrato médio.

2. Grupo Ecológico (Sucessional)

A Tapia (Crateva tapia) é classificada como uma espécie pioneira ou secundária inicial.

Isso significa que:

É pioneira: É uma das primeiras espécies a colonizar clareiras, beiras de matas, áreas perturbadas e capoeiras. Possui crescimento rápido.
Exigente em luz: É uma espécie heliófita. Necessita de sol pleno para se desenvolver adequadamente. Suas plântulas (mudas) não toleram sombreamento intenso.
Ciclo de Vida: Tem um ciclo de vida relativamente curto se comparado a espécies climácicas de grande porte.
Estratégia: Produz frutos e sementes atrativos para a fauna, garantindo sua dispersão para áreas abertas.

Resumo do Grupo Ecológico: É uma espécie Pioneira ou Secundária Inicial, heliófita e de crescimento rápido.

Resumo Completo

| Característica | Classificação para a Tapia (Crateva tapia) |
| : | : |
| Nome Comum | Tapia, Trapiá, Trapiá-do-sertão, Cabo-de-machado, Almecega |
| Família | Capparaceae |
| Estratificação Florestal | Dossel Médio |
| Grupo Ecológico (Sucessional) | Pioneira ou Secundária Inicial |
| Exigência de Luz | Heliófita (Exigente em luz solar plena) |
| Ocorrência Natural | É uma espécie amplamente distribuída, encontrada em diversas formações florestais, como Mata Atlântica (especialmente na floresta estacional semidecidual), Cerrado (matas de galeria e ciliares) e na Caatinga. |

Informações Adicionais Relevantes:

Floração e Frutificação: Sua floração é muito vistosa, com flores brancas ou creme, grandes e com longos estames. Seus frutos são do tipo baga, carnosos e comestíveis, muito apreciados por pássaros e outros animais, o que a torna uma espécie muito importante para a fauna.
Uso: Os frutos são consumidos in natura ou usados para fazer sucos, geléias e licores. A madeira é branda e de baixa durabilidade, sendo usada para caixotaria e lenha.
Adaptação: É uma espécie muito rústica e resistente à seca, o que explica sua ocorrência em biomas como o Cerrado e a Caatinga.
Papel Ecológico: Por ser pioneira e atrair fauna, é uma espécie chave para a recuperação de áreas degradadas, pois ajuda a atrair dispersores de sementes que trarão outras espécies para o local.

Em resumo: A Tapia (Crateva tapia) é uma árvore de porte médio, pioneira e heliófita, comum em capoeiras e beiras de mata. É uma espécie crucial para a iniciação do processo de sucessão florestal e para a manutenção da fauna frugívora.

Sobrasil

Sobrasil

Há uma importante confusão de nomes populares. Sobrasil é um nome usado para duas espécies botânicas diferentes:
1. Peltophorum dubium (da família Fabaceae) – também conhecido como Canafístula ou Farinha-seca.
2. Colubrina glandulosa (da família Rhamnaceae) – também conhecido como Sangue-de-dragão ou Sobreira.

Sobrasil (Peltophorum dubium)

1. Estratificação Florestal (Estrato Vertical)

O Sobrasil (Peltophorum dubium) é uma árvore de estrato superior (dossel), frequentemente atingindo o estrato emergente.

Porte: É uma árvore de grande porte, imponente, que pode atingir alturas de 20 a 35 metros.
Copa: Apresenta uma copa ampla, arredondada e bastante densa, que se projeta bem acima da maioria das outras árvores da floresta.
Posicionamento: Seu grande tamanho a coloca claramente no dossel superior, muitas vezes sendo uma das árvores mais altas (emergente) na paisagem, recebendo luz solar direta.

Resumo da Estratificação: É uma árvore de estrato superior emergente.

2. Grupo Ecológico (Sucessional)

O Sobrasil (Peltophorum dubium) é classicamente enquadrado como uma espécie pioneira ou secundária inicial.

Isso significa que:

É pioneira: É uma das primeiras espécies a colonizar clareiras abertas, beiras de matas e áreas perturbadas. Possui crescimento extremamente rápido.
Exigente em luz: É uma espécie heliófita (exigente em luz solar plena). Suas plântulas não se desenvolvem bem na sombra.
Ciclo de Vida: Embora seja uma árvore grande e de vida relativamente longa para uma pioneira, ela tem um ciclo de vida mais curto se comparada a espécies climácicas como o Jequitibá ou o Pau-brasil.
Estratégia: Produz grande quantidade de sementes, que são dispersas pelo vento (anemocoria), garantindo a colonização de áreas abertas.

Resumo do Grupo Ecológico: É uma espécie Pioneira ou Secundária Inicial, heliófita e de crescimento muito rápido.

Resumo Completo

| Característica | Classificação para o Sobrasil (Peltophorum dubium) |
| : | : |
| Nome Comum | Sobrasil, Canafístula, Farinha-seca |
| Família | Fabaceae (Leguminosae – Caesalpinioideae) |
| Estratificação Florestal | Dossel Superior (Emergente) |
| Grupo Ecológico (Sucessional) | Pioneira |
| Exigência de Luz | Heliófita (Exigente em luz solar plena) |
| Ocorrência Natural | Mata Atlântica (Floresta Estacional Semidecidual) e Mata de Araucária. É muito comum no interior do Brasil, como em São Paulo, Paraná e Mato Grosso do Sul. |

Informações Adicionais Relevantes:

Floração: É extremamente ornamental. Produz grandes inflorescências paniculadas com flores amarelas, cobrindo a copa toda e criando um espetáculo visual.
Uso: Madeira de média densidade, usada para mobiliário, construção civil e carpintaria. É extremamente popular no paisagismo urbano e em reflorestamentos heterogêneos para recuperação de áreas degradadas, justamente por seu crescimento rápido e por fornecer sombra e abrigo para que espécies mais tardias se estabeleçam.
Folhagem: Sua folhagem é bipinada (típica de muitas leguminosas), de um verde claro e muito característica.

Em resumo: O Sobrasil (Peltophorum dubium) é uma árvore pioneira, de grande porte e crescimento rápido, que se destaca na paisagem pela sua altura (emergente) e por sua exuberante floração amarela. É uma espécie crucial para a iniciação do processo de sucessão florestal em áreas abertas.

Importante: Essa espécie é ecologicamente oposta ao Colubrina glandulosa (o outro “Sobrasil”), que é uma espécie climática e de sombra. Por isso, a confirmação do nome científico é sempre fundamental.

Sibipuruna

Sibipuruna

A Sibipiruna (Cenostigma pluviosum), uma das árvores mais icônicas e utilizadas no paisagismo brasileiro.

1. Estratificação Florestal (Estrato Vertical)

A Sibipiruna é classificada como uma espécie de estrato superior (dossel).
Porte: É uma árvore de grande porte, podendo atingir alturas impressionantes de 15 a 25 metros, e em condições ideais, até 30 metros.
Copa: Apresenta uma copa ampla, arredondada e muito densa, que se projeta acima da maioria das outras árvores.
Posicionamento: Seu tamanho e a forma de sua copa a posicionam claramente no dossel (ou dossel médio a alto) da floresta, onde recebe luz solar direta. Em praças e ruas, onde é muito comum, seu porte majestoso e copa ampla são uma demonstração clara de sua estratificação de dossel.

Resumo da Estratificação: É uma árvore de estrato superior (dossel alto).

2. Grupo Ecológico (Sucessional)

A Sibipiruna (Cenostigma pluviosum) é classificada como uma espécie secundária inicial ou, no máximo, secundária tardia.

Isso significa que:
Não é estritamente pioneira: Ela não é a primeira a chegar em clareiras muito recentes e expostas, como uma embaúba ou um capim.
É de crescimento rápido: Característica típica de espécies secundárias iniciais. Ela cresce rapidamente para ocupar o espaço na floresta.
Tolerância à luz: É uma espécie heliófita (exigente em luz). Precisa de sol pleno para se desenvolver bem, o que explica seu excelente desempenho em áreas abertas e urbanas.
Longevidade: Possui vida longa e madeira relativamente resistente, o que a distingue das pioneiras (de vida muito curta) e a aproxima das secundárias tardias. Esta é uma característica que pode variar conforme a literatura, mas o consenso é que ela se encaixa no início do processo sucessional secundário.

Resumo do Grupo Ecológico: É predominantemente uma espécie Secundária Inicial, heliófita e de crescimento rápido.

Resumo Completo

| Característica | Classificação para a Sibipiruna (Cenostigma pluviosum) |
| 😐 😐
| Nome Comum | Sibipiruna, Sibipiruna, Sebipiruna |
| Família | Fabaceae (Leguminosae – Caesalpinioideae) |
| Estratificação Florestal | Dossel Superior (Árvore de grande porte) |
| Grupo Ecológico (Sucessional) | Secundária Inicial (ou, para alguns, Secundária Tardia) |
| Exigência de Luz | Heliófita (Exigente em luz solar) |
| Ocorrência Natural | Mata Atlântica, principalmente na floresta estacional semidecidual e nas matas ciliares. É nativa do Brasil, encontrada desde a Bahia até o Paraná. |

Informações Adicionais Relevantes:

Uso Popular: É extremamente popular no paisagismo urbano, especialmente em São Paulo, onde é amplamente usada em calçadas e praças devido à sua beleza (floração amarela exuberante), crescimento rápido e copa ampla que fornece boa sombra.
Adaptação: É uma espécie muito rústica e adaptável, tolerante a diferentes tipos de solo, o que corrobora sua classificação como secundária inicial.
Dispersão: Seus frutos são vagens (típicas de leguminosas) e suas sementes são dispersas pelo vento (anemocoria) e, possivelmente, por animais.

Em resumo: A Sibipiruna é uma árvore de grande porte, do dossel da floresta, que se estabelece rapidamente em clareiras e áreas abertas (secundária inicial), necessitando de muita luz para se desenvolver. Suas características de crescimento rápido e rusticismo a tornaram uma das rainhas do paisagismo brasileiro.

Sapucainha

Sapucainha

A Sapucainha (Carpotroche brasiliensis) é uma espécie arbórea fascinante e importante dos ecossistemas brasileiros.

1. Estratificação Florestal (Estrato Vertical)

A Sapucainha é classificada como uma espécie do dossel médio ou sub-bosque alto, podendo, em alguns casos, atingir o dossel superior da floresta.

Porte: É uma árvore de médio a grande porte, geralmente atingindo alturas entre 15 e 25 metros.
Copa: Apresenta uma copa densa e arredondada, que se forma acima das árvores menores do sub-bosque, mas fica abaixo ou no mesmo nível das árvores gigantes (emergentes) da floresta.
Posicionamento: Sua altura característica a coloca na camada intermediária da floresta (dossel médio), onde recebe luz solar filtrada ou direta, dependendo da abertura da cobertura superior.

Resumo da Estratificação: É uma árvore de estrato superior (dossel), mais especificamente ocupando o dossel médio.

2. Grupo Ecológico (Sucessional)

A Carpotroche brasiliensis é classicamente enquadrada como uma espécie secundária tardia ou clímax.

Isso significa que:

Não é pioneira: Ela não é uma das primeiras árvores a colonizar uma área aberta e desmatada. Pioneiras (como embaúbas e ingás) crescem rápido, precisam de sol pleno e têm vida curta.
É tolerante à sombra: Suas plântulas (mudas) são capazes de se estabelecer e sobreviver com pouca luz no sombreado do sub-bosque da floresta. Elas ficam “esperando” sua oportunidade.
Crescimento mais lento: Cresce a uma velocidade moderada, investindo em madeira mais densa e duradoura.
Depende de floresta estabelecida: Prospera melhor em ambientes florestais já em estágios médio a avançado de regeneração, onde a umidade, a temperatura e a proteção do dossel estão mais estáveis.
Longevidade: É uma espécie de vida longa, uma característica típica de espécies climáx.

Resumo Completo

| Característica | Classificação para a Sapucainha (Carpotroche brasiliensis) |
| : | : |
| Nome Comum | Sapucainha, Sapucainha-vermelha, Pau-de-óleo |
| Família | Achariaceae (antiga Flacourtiaceae) |
| Estratificação Florestal | Dossel Médio (podendo ser ocasionalmente emergente) |
| Grupo Ecológico (Sucessional) | Secundária Tardia ou Clímax |
| Exigência de Luz | Tolerante à Sombra (ciófita) na fase juvenil |
| Ocorrência | Mata Atlântica (de Pernambuco ao Rio Grande do Sul), principalmente na Floresta Ombrófila Densa. |

Informações Adicionais Relevantes:

Frutos e Dispersão: Seus frutos são cápsulas lenhosas muito características, que se abrem liberando sementes envoltas em uma polpa oleosa e avermelhada. Essas sementes são dispersas principalmente por mamíferos, como morcegos e possivelmente primatas, que são atraídos pela polpa.
Importância Ecológica: Por ser uma espécie de dossel e que produz frutos atrativos, é uma importante fonte de alimento para a fauna, contribuindo para a manutenção da biodiversidade.
Status de Conservação: É considerada uma espécie vulnerável, devido à histórica fragmentação e destruição do seu habitat, a Mata Atlântica.

Em resumo, a Sapucainha é uma árvore de porte médio-grande que ocupa o dossel das florestas maduras da Mata Atlântica, sendo uma espécie típica de estágios avançados de regeneração florestal, crucial para a estrutura e o funcionamento do ecossistema.

Sanandu

Sanandu

O Sanandu (Erythrina velutina), também conhecido como Mulungu ou Bico-de-papagaio, é uma espécie de grande valor ecológico e medicinal.

Nome Científico:
Erythrina velutina
Família: Fabaceae (subfamília Faboideae).

Estratificação Florestal (Porte):
Médio (atinge de 8 a 12 metros de altura).
– Copa: Aberta, irregular e decidual (perde folhas na estação seca).
– Tronco: Curto, com casca cinzenta e espinhos (especialmente em árvores jovens).
– Folhas: Compostas, com três folíolos aveludados (face inferior pubescente).

Grupo Ecológico (Sucessão):
Secundária Inicial
– Características:
– Crescimento rápido (atinge 3–4 m em 2 anos).
– Tolerante a solos pobres, secos e salinos.
– Heliófila (exige sol pleno).
– Vida relativamente curta (15–25 anos).

Funções Ecológicas:
1. Fixação de nitrogênio: Como leguminosa, enriquece o solo com nódulos radiculares.
2. Polinização por aves: Suas flores vermelhas e nectaríferas atraem beija-flores e periquitos.
3. Recuperação de áreas degradadas: Pioneira em solos erosionados e margens de rios.

Distribuição Geográfica:
– Ocorre na Caatinga, Cerrado e restingas, do Nordeste ao Sudeste (BA, CE, PE, MG, SP).
– Adaptada a climas semiáridos e tropicais.

Usos:
– Medicinal: Casca e folhas usadas como calmante natural (ansiedade, insônia) na medicina tradicional.
– Recuperação de solos: Ideal para áreas secas e degradadas.
– Paisagismo: Floração vermelha espetacular (entre agosto e outubro).

Curiosidades:
– Seu nome popular “sanandu” vem do tupi “sanã’du”, que significa “árvore de espinhos”.
– As sementes são tóxicas se ingeridas cruas (causam paralisia), mas perdem toxicidade quando cozidas.
– É tolerante à salinidade (sobrevive near regiões litorâneas).

Resumo para Plantio:
| Característica | Detalhe |
|-|-|
| Porte | Médio (8–12 m) |
| Sucessão | Secundária Inicial |
| Luz | Sol pleno |
| Solo | Tolerante a solos pobres, secos e salinos |
| Atração de fauna | Alta (beija-flores e aves nectarívoras) |

Dica de Plantio:
– Espaçamento: 4–5 m entre mudas (copa aberta).
– Crescimento rápido: Floresce em 2–3 anos.
– Ideal para regiões secas (não requer irrigação após estabelecida).

Cuidados:
– Evitar plantar near pastagens (sementes tóxicas para o gado).
– Podas de formação para evitar galhos quebradiços.

O Sanandu é um guardião da resistência – une beleza, medicina e ecologia em biomas áridos!

Saboneteiro

Saboneteiro

O Saboneteiro (Sapindus saponaria) é uma árvore de grande utilidade ecológica e econômica.

Nome Científico:
Sapindus saponaria
Família: Sapindaceae (mesma família do guaraná e do pitombo).

Estratificação Florestal (Porte):
Médio a Alto (atinge de 10 a 20 metros de altura).
– Copa: Arredondada, densa e perene.
– Tronco: Reto, com casca cinzenta e fissurada.
– Folhas: Compostas, com folíolos lanceolados e verde-escuros.

Grupo Ecológico (Sucessão):
Secundária Tardia a Climácica
– Características:
– Crescimento moderado a lento.
– Típica de matas maduras e estáveis.
– Tolerante a solos pobres e secos, mas prefere solos bem drenados.

Funções Ecológicas:
1. Frutífera para fauna: Seus frutos (drupas amarelas) são consumidos por aves (sabiás, jacus) e mamíferos (morcegos, quatis), que dispersam sementes.
2. Florada melífera: Flores brancas atraem abelhas e outros polinizadores.
3. Estabilidade do solo: Raízes profundas ajudam na prevenção da erosão.

Distribuição Geográfica:
– Ocorre no Cerrado, Caatinga, Mata Atlântica e Amazônia, em estados como MG, GO, BA, SP e PR.
– Adapta-se a climas tropicais e subtropicais.

Usos:
– Frutos como sabão: Contêm saponina (espuma natural), usada para lavar roupas e como inseticida.
– Madeira: Resistente, usada em construção civil e mobiliário.
– Recuperação de áreas degradadas: Tolerante a solos pobres.

Curiosidades:
– Seu nome popular “saboneteiro” vem da saponina presente nos frutos, que produz espuma ao ser agitada na água.
– Os frutos são tóxicos para humanos se ingeridos, mas seguros para uso externo.
– É também conhecida como “pau-de-sabão” ou “sabão-de-soldado”.

Resumo para Plantio:
| Característica | Detalhe |
|-|-|
| Porte | Médio a Alto (10–20 m) |
| Sucessão | Secundária Tardia/Climácica |
| Luz | Sol pleno |
| Solo | Bem drenado (tolerante a solos pobres e ácidos) |
| Atração de fauna | Alta (aves e mamíferos frugívoros) |

Dica de Plantio:
– Espaçamento: 5–6 m entre mudas (copa ampla).
– Crescimento lento: Exige paciência, mas é muito resiliente quando adulta.
– Tolerante à seca após estabelecida.

Cuidados:
– Evitar plantar near animais domésticos (frutos tóxicos para gado e cavalos).
– Não consumir frutos (causam irritação gastrointestinal).

O Saboneteiro é uma espécie multifuncional – une utilidade, ecologia e resistência!

Pau Jacaré

Pau Jacaré

O Pau Jacaré (Piptadenia gonoacantha) é uma espécie pioneira muito utilizada em reflorestamentos, conhecida por sua casca característica.

Nome Científico:
Piptadenia gonoacantha
Família: Fabaceae (subfamília Mimosoideae).

Estratificação Florestal (Porte):
Médio a Alto (atinge de 12 a 20 metros de altura).
– Copa: Aberta, irregular e decidual (perde folhas no inverno).
– Tronco: Reto, com casca cinzenta e fissurada, formando placas que lembram escamas de jacaré (daí o nome popular).
– Folhas: Bipinadas, com folíolos pequenos e verde-claros.

Grupo Ecológico (Sucessão):
Pioneira
– Características:
– Crescimento muito rápido (até 3-4 m/ano em condições ideais).
– Tolerante a solos pobres, degradados e compactados.
– Heliófila (exige sol pleno).
– Vida relativamente curta (20-30 anos).

Funções Ecológicas:
1. Fixação de nitrogênio: Como leguminosa, possui nódulos radiculares que enriquecem o solo.
2. Recuperação de áreas degradadas: Coloniza rapidamente clareiras e pastagens abandonadas.
3. Alimento para fauna: Suas flores brancas atraem abelhas, e suas vagens são consumidas por aves.

Distribuição Geográfica:
– Ocorre na Mata Atlântica e Cerrado, em estados como SP, MG, RJ, PR e MS.
– Adapta-se a climas tropicais e subtropicais.

Usos:
– Recuperação de áreas degradadas: Ideal para controle de erosão e nucleação de regeneração natural.
– Madeira: Utilizada para lenha, carvão e postes.
– Adubação verde: Folhagem rica em nitrogênio para enriquecimento do solo.

Curiosidades:
– Seu nome popular “Pau Jacaré” vem da casca fissurada e escamosa, que lembra a pele de um jacaré.
– É tolerante ao fogo (rebrota após queimadas).
– As vagens são deiscentes (abrem-se naturalmente para liberar as sementes).

Resumo para Plantio:
| Característica | Detalhe |
|-|-|
| Porte | Médio a Alto (12–20 m) |
| Sucessão | Pioneira |
| Luz | Sol pleno |
| Solo | Tolerante a solos pobres, ácidos e secos |
| Atração de fauna | Moderada (abelhas e aves frugívoras) |

Dica de Plantio:
– Espaçamento: 4–5 m entre mudas (crescimento rápido forma dossel em 2–3 anos).
– Ideal para iniciar reflorestamentos: Protege espécies mais sensíveis nos primeiros anos.
– Tolerante a solos degradados e à seca.

Vantagens:
– Crescimento ultra-rápido.
– Melhora a fertilidade do solo (fixadora de nitrogênio).
– Tolerante a condições adversas (solo pobre, seca, fogo).

O Pau Jacaré é uma “espécie nurse” – fundamental para dar início à sucessão florestal em áreas devastadas!

Pau Cigarra

Pau Cigarra


Esta foto é da Internet

O Pau Cigarra (Senna multijuga) é uma espécie pioneira de grande importância para a recuperação de áreas degradadas.

Nome Científico:
Senna multijuga
Família: Fabaceae (subfamília Caesalpinioideae).

Estratificação Florestal (Porte):
Médio (atinge de 8 a 15 metros de altura).
– Copa: Aberta, irregular e decidual (perde folhas na estação seca).
– Tronco: Curto, com casca cinzenta e lisa quando jovem, tornando-se fissurada com a idade.
– Folhas: Compostas, com 10–20 pares de folíolos cada, de cor verde-brilhante.

Grupo Ecológico (Sucessão):
Pioneira
– Características:
– Crescimento muito rápido (até 3 m/ano em condições ideais).
– Tolerante a solos pobres, degradados e compactados.
– Heliófila (exige sol pleno).
– Vida relativamente curta (15-25 anos).

Funções Ecológicas:
1. Fixação de nitrogênio: Como leguminosa, possui nódulos radiculares que enriquecem o solo.
2. Recuperação de áreas degradadas: Coloniza rapidamente clareiras e pastagens abandonadas.
3. Alimento para fauna: Suas flores amarelas atraem abelhas, e suas vagens são consumidas por aves.

Distribuição Geográfica:
– Ocorre na Mata Atlântica, Cerrado e Amazônia, em estados como SP, MG, RJ, PR, BA e PA.
– Adapta-se a climas tropicais e subtropicais.

Usos:
– Recuperação de áreas degradadas: Ideal para controle de erosão e nucleação de regeneração natural.
– Adubação verde: Folhagem rica em nitrogênio para enriquecimento do solo.
– Paisagismo: Florada amarela vistosa (entre primavera e verão).

Curiosidades:
– Seu nome popular “Pau Cigarra” vem do fato de suas vagens secas produzirem um som de chocalho ao balançar no vento, reminiscente do canto das cigarras.
– As folhas são ferrugíneas (com pelos curtos e avermelhados na face inferior).
– É confundida com outras cassias (ex.: Senna spectabilis), mas difere pelo número maior de folíolos.

Resumo para Plantio:
| Característica | Detalhe |
|-|-|
| Porte | Médio (8–15 m) |
| Sucessão | Pioneira |
| Luz | Sol pleno |
| Solo | Tolerante a solos pobres, ácidos e secos |
| Atração de fauna | Moderada (abelhas e aves frugívoras) |

Dica de Plantio:
– Espaçamento: 3–4 m entre mudas (crescimento rápido forma dossel em 2–3 anos).
– Ideal para iniciar reflorestamentos: Protege espécies mais sensíveis nos primeiros anos.
– Não recomendada para arborização urbana (vagens e folhas podem sujar calçadas).

Vantagens:
– Crescimento ultra-rápido.
– Melhora a fertilidade do solo (fixadora de nitrogênio).
– Tolerante a solos degradados.

O Pau Cigarra é uma “engenheira ecológica” – fundamental para dar início à sucessão florestal em áreas devastadas!