Acentronichthys leptos Eigenmann and Eigenmann, 1889
Algumas características da espécie Acentronichthys leptos estão indicadas na figura acima.
Acentronichthys leptos é um bagrinho de pequeno tamanho, não ultrapassando os 8 cm de comprimento padrão. São peixes de corpo alongado, nadadeiras dorsal e peitorais com raios indivisos flexíveis, sem espinhos. Nadadeira caudal bifurcada. Os olhos são pequenos, cobertos por pele fina. Os barbilhões maxilares são maiores que o comprimento da cabeça, ultrapassando a base da nadadeira peitoral. Nadadeira anal longa, com 18 a 28 raios ramificados.
A longa nadadeira adiposa é contígua a cauda. Inclui peixes de colorido escuro com uma estreita faixa lateral desde a cabeça, na altura dos olhos, até a base da nadadeira caudal. Dorso com colorido uniforme, levemente escurecido, sem barras transversais nos flancos.
Esses peixes de riacho ocorrem naturalmente nas baixadas litorâneas entre Santa Catarina e a Bahia, com populações disjuntas entre si (Sarmento-Soares et al., 2019).
Ocorre em riachos de primeira e segunda ordem na floresta de tabuleiro e suas preferências de habitat e ecologia podem ser empregadas como indicadores biológicos de qualidade da água (Bizerril, Primo, 2001; Guimarães et al., 2019).
Nos rios do tabuleiro ocorrem em riachos cor de chá mate, de correnteza fraca a moderada, associadas às pedras, vegetação submersa e entorno com cobertura vegetal em dossel semi-aberto.
Em toda sua área de distribuição, Acentronichthys leptos apresenta uma baixa abundância e distribuição restrita (MMA, 2018). São peixes demersais, de hábitos noturnos, que entram em atividade ao entardecer, para alimentarem-se de artrópodes terrestres que caem na água e invertebrados aquáticos especialmente insetos incluindo larvas, pupas, aracnídeos e crustáceos, além de fragmentos vegetais e detritos.
A principal ameaça sofrida por Acentronichthys leptos é a perda de habitat. A supressão da vegetação marginal é severamente impactante e compromete a sobrevivência da espécie. Os ambientes de vida da espécie, em geral litorâneos, são altamente susceptíveis à degradação ambiental, e vem sofrendo declínio continuado da qualidade de hábitat observando-se severa fragmentação (MMA, 2018; Sarmento-Soares; Martins-Pinheiro, 2013).
Localmente esses peixes são pouco conhecidos da população em geral, e nomeados de bagrinho nas regiões de Mata Atlântica de tabuleiro onde ocorrem. Somente ribeirinhos e pescadores mais experientes sabem de sua existência. Listada como espécie ameaçada na lista nacional (MMA, 2018) e nas listas estaduais da Bahia e Espírito Santo.
A espécie Acentronichthys leptos é a única representante do gênero Acentronichthys da família Heptapteridae nas regiões dos tabuleiros.
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