Microcambeva draco Mattos & Lima 2010
Algumas características da espécie Microcambeva draco estão indicadas na figura acima.
Peixes Microcambeva draco possuem barbilhão nasal curto, alcançando a margem anterior da narina posterior. Apresentam 6 raios ramificados na nadadeira dorsal. Apresentam a nadadeira peitoral com seis raios ramificados. Bordo do opérculo com 7 a 9 odontóides operculares; 6 a 7 odontóides interoperculares. As diferenças entre as duas espécies no extremo sul da Bahia são sutis, e podem refletir variações contínuas dentro de uma única espécie de ampla distribuição. O isolamento geográfico entre as distintas populações de Microcambeva já encontradas nos rios do tabuleiro necessita maiores estudos investigativos.
Únicos peixes Trichomycteridae na Mata Atlântica de tabuleiros a possuir a nadadeira caudal levemente furcada.
Microcambeva draco inclui pequenos peixes, não ultrapassando 25 mm de comprimento padrão, com pouca pigmentação e vivendo em associação a ambientes arenosos do leito fluvial. O corpo transparente, pouco pigmentado, permite a esses peixes se ocultarem, entre os grãos de areia. Ocupam um biótopo muito peculiar, os interstícios entre os grãos de areia. A retirada de areia para fins de construção é um severo impacto sobre as populações naturais desses peixes.
A vegetação ripária no alto e médio vale do Jucuruçu, onde essa espécie é encontrada, foi largamente suprimida (Sarmento-Soares et al., 2009). A localidade tipo, nas cercanias de Itamaraju, corresponde a uma área de floresta secundária esparsa, com vales ocupados por pasto de gado e fazendas agrícolas. Muitos trechos encontram-se assoreados, e tornaram-se rasos, com intensa insolação. Os impactos do desflorestamento sobre as populações naturais de Microcambeva necessitam estudos adicionais.
A espécie Microcambeva draco é uma das duas representante do gênero Microcambeva da família Trichomycteridae nas regiões dos tabuleiros.