Felicidade clandestina (trecho)

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Felicidade clandestina(Clarice Lispecto)

” Às vezes sentava-se na rede, balançando-me com o livro aberto no colo, sem tocá-lo, em êxtase puríssimo. Não era mais uma menina com um livro: era uma mulher com o seu amante.”

“As palavras me antecedem e ultrapassam, elas me tentam e me modificam, e se não tomo cuidado será tarde demais: as coisas serão ditas sem eu as ter dito.”

” Irritava-me que ele obrigasse uma porcaria de criança a compreender um homem.”

“Suponho que, arbitrariamente contrariando o sentido real da história, eu de algum modo já me prometia por escrito que o ócio, mais que o trabalho, me daria as grandes recompensas gratuitas, as únicas a que eu aspirava. ”

” Ficar às vezes quieto, sem quase pensar, e apenas sentir – era tão bom.”

” Passamos afinal à mesa para um almoço que não tinha a benção da fome.”

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