Manuel Bandeira

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Manuel Bandeira (1886-1968)


POEMAS PUBLICADOS

BIOGRAFIA:

Manuel Carneiro de Souza Bandeira Filho nasceu no Recife, em 19 de abril de 1886. Aos 4 anos mudou-se com o pai e com a mãe para o Sudeste, onde moraram no Rio de Janeiro e em Santos. Aos 6 anos voltou para a cidade natal ficando por 4 anos e retornou para o Rio de Janeiro.

Segundo ele, esses foram os quatro anos mais importantes de sua vida. Dessa época estão presentes em sua obra, por exemplo, os empregados da casa de seu avô, as festas populares e até uma moça tomando banho de rio sem roupa, seu “primeiro alumbramento”.

Aos 18 anos, estudando arquitetura na Escola Politécnica de São Paulo, descobriu que tinha tuberculose, então incurável. Ele abandonou o curso e procurou se tratar em várias serras brasileiras. Em 1913, foi para o sanatório de Clavel, na Suíça, onde fez amizade com o poeta francês Paul Élvard.

Um ano depois, por causa do início da Primeira Guerra Mundial, Bandeira retornou ao Brasil. Antes, porém, seu médico lhe disse que tinha lesões teoricamente incompatíveis com a vida, mas que os sintomas não correspondiam às lesões. Por isso, ele poderia viver cinco, dez, quinze anos…

“Continuei esperando a morte para qualquer momento, vivendo sempre como que provisoriamente”.

Em Libertinagem (1930), escreve o poema “Pneumotórax”:
Febre, hemoptise, dispnéia e suores noturnos,
A vida inteira que podia ter sido e que não foi.
Tosse, tosse, tosse.
…………………………………………………………………….
Mandou chamar o médico:
– Diga trinta e três.
– Trinta e três… trinta e três… trinta e três…
– Respire.
…………………………………………………………………….
– O senhor tem uma escavação no pulmão esquerdo e o pulmão direito infiltrado.
– Então, doutor, não é possível tentar o pneumotórax?
– Não. A única coisa a fazer é tocar um tango argentino-
Em 1916, perde sua mãe e no ano seguinte, publica seu primeiro livro, “A Cinza das Horas”. Segundo ele, ainda não tinha a intenção de começar carreira literária, desejava dar-lhe a ilusão de não viver inteiramente ocioso. Em 1918, morre sua irmã, a qual tinha sido sua enfermeira durante muito tempo. No ano de 1919, seu pai custeia a publicação de “Carnaval”, mas logo depois, em 1920, morre, e a partir daí o poeta se instala na solidão de modo definitivo.
“A morte de meu pai e a minha residência no morro do Curvelo, de 1920 a 1933, acabaram de amadurecer o poeta que sou. Quando meu pai era vivo, a morte ou o que quer que me pudesse acontecer não me preocupava, porque sabia que pondo a minha mão na sua, nada haveria que eu não tivesse coragem de enfrentar. Sem ele eu me sentia definitivamente só. E era só que teria de enfrentar a pobreza e a morte”.
Ao completar 80 anos, em 1966, sai o volume “Estrela da Vida Inteira”. E no dia 13 de outubro de 1968, morre Manuel Bandeira, vítima de hemorragia gástrica. Afinal encontra a morte, companheira de tantos anos, expectativa e presença constante em sua poesia, tema de reflexão que leva à consciência dos limites humanos.

Poemas de Manuel Bandeira: Arraiada

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