BIOGRAFIA
Oscar Fingal O’Flahertie Wills Wilde, nasceu em 16 de outubro de 1854 em Dublim, Irlanda. Filho de Sir William Robert Wills Wilde e Jane Francesca Elgee.
Foi aos vinte anos educar-se em Oxford, tendo aí assumido a liderança de um movimento estético que, sob a influência de Matthew Arnold, de Ruskin e de Pater, combatia os “filisteus” da cultura e defendia um hedonismo extremado. Wilde inicialmente refletiu em seus hábitos e em seus escritos a atitude de um esteta pouser, de comportamento extravagante. No entanto, seu talento superou essa fase superficial, florescendo plenamente em suas obras-primas finais.
Dedicando-se a diversos gêneros literários, Wilde deixou em todos eles pequenas jóias, como O Fantasma de Canterville, O Príncipe Feliz e Outras Histórias (1888), O Crime de Lord Arthur Saville e Outras Histórias (1891) e O Retrato de Dorian Gray (1891). É, porém, no setor teatral que ele melhor se expressa, renovando a dramaturgia vitoriana com sua verve e seus paradoxos, cintilantes de percepção intelectual e de concisão verbal. Um pouco à maneira das comédias do período da restauração, suas peças principais – O Leque de Lady Windermere, Mulher sem Importância, Um Marido Ideal – retratam com brilho a superficialidade e sentimentalismo nas relações convencionais da “boa sociedade”. De todas, A Importância de Ser Franco é, sem dúvida, a mais perfeita comédia britânica de seu tempo.
Em 1884 casa-se com Constance Loyde. Trabalha febrilmente como crítico literário em vários diários e revistas, o que o ajuda a manter seus gostos e passatempos, excessivamente caros. Seu primeiro filho, Cyril, nasce em 1885 e morre em maio de 1915, na França, por ocasião da guerra. Época de grandes dificuldades econômicas para Wilde. Vyvyan, seu segundo filho nasce em 1886.
Em 1891 é publicado o ensaio A Alma do Homem sob o Socialismo. Neste mesmo ano, Wilde conhece Lorde Alfred Douglas, cuja beleza, juventude e aristocracia logo o atraem. Em 28 de fevereiro de 1895, no Albermarle Club, Wilde recebe o ofensivo cartão do Marquês de Queensberry, pai de Alfred, ali deixado dez dias antes (“a Oscar Wilde, conhecido sodomista” dizia o cartão). Incitado pelo próprio Lord Douglas, e contra o conselho de numerosos amigos, apresenta queixa ao Tribunal, por injúria e calúnia contra o Marquês de Queensberry. O Marquês é detido e levado ao Tribunal e seu julgamento tem início a 3 de abril. Após várias tentativas nas quais transparece a influência exercida pela posição social privilegiada do réu, o advogado de Wilde retira a acusação; o aristocrata é absolvido quase por unanimidade. Nesse mesmo dia, 5 de abril, Wilde é detido para responder por crimes de natureza sexual com base nas provas reveladas no julgamento do Marquês.
No dia 25 de maio de 1895, Wilde foi condenado a dois anos de trabalho forçados. Seu nome desapareceu do conhecimento dos homens; suas obras não podiam sequer ser mencionadas em sociedade. Nada ficou de seus dias de glória, luxo e elegância. Dos dias de cárcere eclodirão A Balada do Cárcere de Reading e sobretudo o De Profundis (1905), um dos mais patéticos depoimentos pessoais existente na literatura inglesa.
Em 1900, após uma viagem a Itália, com temporada em Roma e na Sicília, Wilde regressa a seu quarto de hotel em Paris, já muito adoentado. Operado pelo médico Tucker, seu compatriota, não consegue recuperar-se. Em 30 de novembro entra em agonia. A chamado de seu amigo Robert Ross, o padre Cuthbert Dunn ministra-lhe o batismo e a extrema-unção. Wilde morre, às 9h50min, vítima de menigite.