BIOGRAFIA:
Murilo Mendes, publicou seu primeiro livro Poemas, em 1930, ano em que também estréia o poeta Carlos Drumond de Andrade. Em artigo sobre livros de poesia lançados nesse ano, Mário de Andrade considerou que o de Murilo Mendes “historicamente é o mais importante dos livros do ano”. A obra que Murilo Mendes produziu ao longo de mais de quatro décadas situa-se hoje como uma das mais importantes da literatura brasileira. É crescente o interesse por seu trabalho, o que se verifica pelos estudos sobre seus textos e pelo número cada vez maior de teses universitárias dedicadas à sua obra.
Murilo Mendes, além dos livros de poemas, publicou muitos textos em prosa, como o volume de memórias A idade do serrote (1968) e numerosos artigos sobre artes plásticas e literatura. De 1957 até sua morte, em 1975, morou na Itália, onde foi professor de Cultura Brasileira na Universidade de Roma.
Cronologia
1901 Nascimento de Murilo Monteiro Mendes, a 13 de maio, em Juiz Fora, Minas Gerais.
1902 Em 20 de outubro, morre sua mãe, Eliza M. de Barros Mendes.
1910 Passagem do cometa de Halley, que constitui verdadeira revelação poética para Murilo.
1917 Foge do colégio interno em Niterói para ver, no Rio de Janeiro, as apresentações do dançarino russo Nijinski, outra revelação poética.
1920 Mudança definitiva de Juiz de Fora para o Rio de Janeiro.
1924-29 Anos de formação e instabilidade profissional. Publica poemas em revistas modernistas, como Revista de Antropofagia e Verde.
1930 Publicação do primeiro livro, Poemas, que recebe o prêmio Graça Aranha. Escreve Bumba-meu-poeta.
1933 Publicação de História do Brasil.
1934 Morte de Ismael Néri e conversão de Murilo ao catolicismo.
1935 Publicação, com Jorge Lima, de Tempo e eternidade.
1936 Torna-se inspetor do Ensino Secundário do Distrito Federal.
1937 Publicação de A poesia em pânico.
1940 Conhece Maria da Saudade Cortesão, com quem se casaria.
1941 Publicação de O visionário.
1943 Internamento em sanatório, em Correia, perto de Petrópolis, com tuberculose. Morte do pai, Onofre Mendes.
1944 Publicação de As metamorfoses.
1945 Publicação de Mundo enigma e O discípulo de Emaús.
1946 Torna-se escrivão da 4ª Vara de Família do DF.
1947 Publicação de Poesia liberdade. Casamento com Maria da Saudade Cortesão. Não tiveram filhos.
1949 Publicação, na França, de Janela do caos, em edição especial com litografias de Francis Picabia.
1952-56 Primeira viagem à Europa, onde cumpre missão cultural. Conferências na Bélgica, Holanda e França. Inicia amizade com André Breton, René Char, Albert Camus, Magritte, Ghelderode e outros.
1954 Publicação de Contemplação de Ouro Preto. Na França, é publicado Office humain, antologia de poemas de Murilo traduzidos para o francês.
1957 Murilo se muda para a Itália, passando a residir em Roma, onde se torna professor de Cultura Brasileira na Universidade de Roma. Depois, foi também professor na Universidade de Pisa.
1959 Publicação de Poesias, obra completa até essa data, mas com exclusão de História do Brasil. Publicação, em Portugal, de Tempo espanhol. Na Itália é publicada Siciliana, com prefácio de Giuseppe Ungaretti.
1961 Publicação, na Itália, de Poesie, em tradução de Giuseppe Ungaretti, Luciana Stegagno Picchio e Ruggero Jacobbi, e de Finestra del caos, em tradução de G. Ungaretti. Publicação, na Espanha, de Siete poemas inéditos, em tradução de Dámaso Alonso e Angel Crespo.
1962 Publicação, na Espanha, de Poemas, em tradução de Dámaso Alonso.
1964 Vem ao Brasil selecionar obras para a 32ª Bienal de Veneza. Publicação, em Portugal, da Antologia poética e, na Itália, de Le metamorfosi, em tradução de R. Jacobbi.
1965 Publicação, na Itália, de Italianíssima (7 Murilogrami) e, na Espanha, de Poemas inéditos de Murilo Mendes, em tradução de Dámaso Alonso e Angel Crespo.
1968 Publicação de A idade do serrote, memórias da infância.
1970 Publicação de Convergência.
1971 Publicação, na Itália, de Poesia libertà, antologia bilíngüe organizada por Ruggero Jacobbi.
1972 Recebe o prêmio internacional de poesia Etna-Taormina. Vem ao Brasil pela última vez. Publicação de Poliedro.
1973 Publicação de Retratos-relâmpagos, 1ª série.
1975 Murilo Mendes morre em Lisboa, no dia 13 de agosto.
transcrito do Centro de Estudos Murilo Mendes