Nicolás Guillén

Nicolás Guillén

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Nicolás Guillén (1902-1989)


POEMAS PUBLICADOS

Nicolás Guillén, poeta cubano considerado genuíno representante da poesia negra de seu país, nasceu em 10 de julho de 1902, na rua San Ignacio, no.2 em Camaguey, Cuba. Poucos anos depois seus pais mudaram-se para a rua da Contadoria, no. 85 entre Horca e Santana, onde Guillén vai gravar suas primeiras lembranças da infância. Começa a frequentar sua primeira escola, a cargo da professora Isabelita, em frente a sua casa. Posteriormente transfere-se para outra escola maior, também próxima a sua casa.

Frequentou as “Escuelas Pías” de Camagey, onde ,como confessou, sua maior tortura era ter que ouvir missa todos os dias. Foi aí também que sentiu as primeiras manifestações de preconceito racial.

Os livros de literatura espanhola e universal de seu pai e seu padrinho – ambos ilustrados e estudiosos – despertam uma grande inquietação artística em Guillén.

Apesar do pai, eleito senador pelo partido liberal, permanecer bastante tempo em Havana, Guillén só vai conhecer Havana em 1920. Aprende o ofício de tipógrafo na gráfica de seu pai, onde era impresso o jornal “La Libertad”.

Trabalhou como tipógrafo antes de dedicar-se ao jornalismo e tornar-se conhecido como escritor. Desde sua juventude participou intensamente da vida cultural e política cubana, o que lhe custou o exílio em várias ocasiões. Ingressou no Partido Comunista em 1937, e após o triunfo da revolução cubana, em 1959, ocupou cargos e realizou missões diplomáticas importantes, até 1989 quando morreu.

Iniciou sua produção literária no âmbito do pós-modernismo e firmou-se nas experiências vanguardistas dos anos vinte, em cujo contexto se converteu no representante mais destacado da poesia negra ou afro-antilhana.

Autor de Motivos de Son (1930), Sóngoro cosongo(1931), West Indies Ltd.(1934) e poemas dispersos em livros posteriores, usou os recursos característicos dessa poesia com a vontade de conseguir uma expressão autêntica da cultura mulata, própria de um país mulato como ele mesmo. Manifestou uma preocupação social que se foi acentuando com o passar dos anos.

Depois de West Indies Ltd., surgem seus poemas com preocupações políticas sociais. Em Cantos para soldado e sones para turistas (1937), El son entero (1947) e La paloma de vuelo popular, mostrou seu compromisso com a pátria cubana e americana, com seus irmãos de raça e com todos os excluídos do mundo, enquanto em España, no poema Angústias Quarta (1937) acusou o impacto da Guerra Civil espanhola e o assassinato de Federico Garcia Lorca.

A crítica da injustiça e do imperialismo não o impede de ser influenciado pelas inquietudes neoromânticas e metafísicas que também dominaram a literatura da época. O amor e a morte são temas fundamentais de sua poesia. Com Tengo (1964) manifestou seu júbilo diante de Cuba revolucionária, e Poemas de amor (1964), El gran zôo (1976), La rueda dentada (1972), El diário que a diário (1972) e Por el mar de lãs Antillas anda un barco de papel – poema para crianças e maiores de idade – (1977) demonstrariam sua capacidade de conjugar preocupações diversas e encontrar formas de expressão sempre renovadas. Na Prosa de prisa (1975-1976) foram reunidos seus trabalhos jornalísticos.

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