Mas eu, em cuja alma se refletem

Mas eu, em cuja alma se refletem (Álvaro de Campos)

Mas eu, em cuja alma se refletem
As forças todas do universo,
Em cuja reflexão emotiva e sacudida
Minuto a minuto, emoção a emoção,
Coisas antagônicas e absurdas se sucedem –
Eu o foco inútil de todas as realidades,
Eu o fantasma nascido de todas as sensações,
Eu o abstrato, eu o propalado no écran,
Eu a mulher legítima e triste do Conjunto,
Eu sofro ser eu através disso tudo como ter sede sem ser de água.

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