Laranjeira

Citrus sinensis


Nome científico: Citrus sinensis
Nomes populares: Laranja, laranja-doce; laranja-de-umbigo; laranja-pêra; laranja-baia; laranja-valência; laranja-natal
Família: Rutaceae
Características gerais: Citrus sinensis L Osb. é a espécie da laranja da qual o Brasil é o maior produtor do mundo e também o maior exportador de suco da fruta, o qual chega a quase todos os países. O consumo interno é basicamente de fruta fresca de laranja, embora tenha aumentado o consumo de suco. A laranja Pera e outros tipos parecidos, como a Natal e a Valência, respondem pela maior parte do consumo de fruta ao natural. Como há mais de mil variedades de laranja, pode-se ver que há um potencial de utilização muito grande de outras variedades. As variedades citadas, Pera, Natal e Valência, pertencem a um grupo de laranjas doces chamadas comuns, sendo os demais tipos de baixa acidez (limas), as de umbigo e as sanguíneas, ricas em licopeno, estas pouco produzidas no Brasil. Outras variedades utilizadas como fruta fresca são, entre as de baixa acidez, a Lima, Piralima e Limas Tardia e Sorocaba, e entre as de umbigo, a Baianinha e vários tipos de Baía. Inclusive algumas de umbigo são importadas da Espanha. Todas as de umbigo não têm sementes, o que é uma vantagem para o seu consumo como fruta fresca, além de sua qualidade. Muitas das citadas variedades foram obtidas nos centros de pesquisa brasileiros, responsáveis pelo sucesso da cultura de citros no País.
Usos: as laranjas doces do tipo comum são as mais utilizadas para se fazer suco, enquanto as do tipo de umbigo e de baixa acidez são mais consumidas ao natural. Há laranjas doces para consumo durante todo o ano, pelo uso de algumas variedades que têm épocas de colheita diferentes, iniciando pelas de baixa acidez, seguidas pelas de umbigo e terminando com as comuns, sendo esse um fator de importância das laranjas, ao lado de seu valor nutricional. Além da época usual de produção, é comum ocorrer outras produções fora da época normal.
Cuidados após a colheita: as laranjas não amadurecem após a colheita, portanto devem ser colhidas com um mínimo de qualidade, o que ocorre em uma faixa ou período em cada região e de acordo com cada variedade. Os melhores períodos para consumo de laranjas de baixa acidez são de março a maio, para as precoces, e até de agosto a setembro, para as tardias dentro desse grupo; para as de umbigo, a faixa vai de abril a junho, com algumas variedades mais tardias podendo ser consumidas com qualidade até setembro-outubro; as comuns têm um grande período de produção, o qual pode ir de abril a dezembro, devido ao clima e variedades plantadas; usualmente, no meio de cada período, a qualidade é melhor. As épocas citadas podem variar para diferentes climas. A qualidade da fruta pode ser afetada por algum problema, como má nutrição, colheita antecipada ou retardada. A espessura da casca não deve ser exagerada, nem muito fina, pois o miolo oco indica desequilíbrio nutricional, o que afeta sua qualidade. A laranja Pera tem maior oferta entre agosto e outubro; e a temporã até janeiro, quando a Valência é vendida também com seu nome, ou seja, Pera, pela sua maior aceitação. A laranja Lima é mais ofertada entre abril e outubro, com diversas variedades. Fora da faixa de produção, algumas variedades podem apresentar polpa com pouco suco ou até secas.1

Citrus sinensis


Características da planta:Arvore de porte médio, podendo atingir até 8 m de altura, tronco com casca castanho-acinzentada, copa densa de formato arredondado. Folhas de textura firme e bordos arredondados, exala um aroma característico quando maceradas. Flores pequenas, de coloração branca, aromáticas e atrativas para abelhas.
Fruto: De formato e coloração variável de acordo com a variedade. Frequentemente com casca de coloração alaranjada, envolvendo uma polpa aquosa de coloração que pode variar de amarelo-clara a vermelha. Sementes arredondadas e achatadas, de coloração verde esbranquiçada. Frutificação ao longo do ano, concentrando-se de abril a setembro.
Cultivo: O plantio deve ser realizado no início da estação chuvosa. Prefere climas com temperatura entre 23 e 32° C. A resistência ao frio varia de acordo com a variedade. Não exigente quanto à composição do solo preferindo os profundos. Propaga-se por sementes e enxertia.

As laranjas, diz a lenda grega antiga, eram os verdadeiros pomos de ouro tão bem guardados pelo dragão de 100 cabeças no Jardim das Hespérides. Para obtê-los, no cumprimento de seu décimo primeiro trabalho, Hércules lutou incansavelmente. Essa lenda é, no mínimo uma comprovação da antiguidade dessa fruta – a laranja – na vida e na cultura dos homens. Como se não bastasse, segundo Pio Corrêa, o cultivo da laranjeira e o uso da laranja remontam a um período de mais de 2 mil anos antes de Cristo, conforme demonstram escritos encontrados na China.

Supõe-se que a laranja, assim como as demais frutas do gênero Citrus, seja originária do continente asiático, onde o homem aprendeu a cultivá-la e de onde partiu para conquistar o mundo.

Apesar de toda essa antiguidade e do conhecimento que os gregos tinham de sua existência, a introdução das laranjas, das limas, das cidras, dos limões, dos pomelos e das toranjas na Europa foi bastante tardia, não havendo relatos sobre este fato anteriores ao século XV. Alguns autores, no entanto, afirmam que os árabes já haviam introduzido algumas espécies de frutos cítricos nas penínsulas Ibérica e Itálica bem antes disso.

Parece que todas as muitas espécies e variedades de frutas do gênero Citrus existentes no mundo – apenas entre as laranjas, são cerca de 2 mil diferentes variedades, das quais menos de 100 são cultivadas em grande escala – originaram-se a partir de não mais do que 10 ou l 2 espécies selvagens cruzadas entre si, transforma- das, selecionadas, cruzadas novamente e melhoradas ao longo de séculos e séculos.

Em conseqüência de sua remota cultura, as formas selvagens das laranjas nunca foram encontradas ou se perderam no tempo.

Também em conseqüência dessa antiguidade e das inúmeras modificações genéticas por que passaram ao longo dos anos, as laranjas e os demais frutos cítricos foram nomeados e renomeados incontáveis vezes na tentativa de se estruturar uma classificação adequada, ao mesmo tempo, à ciência e ao comércio. Por isso, muitas vezes, no caso das laranjas, não se encontra consenso em relação à nomenclatura dada a esta ou àquela fruta, ainda mais ao se considerarem os seus nomes populares. E mais ainda porque, muitas vezes, uma mesma variedade pode apresentar diferenças de coloração e sabor, em virtude das condições do clima e de solo da região em que foi plantada.

Hoje em dia, grande parte das faixas tropical e subtropical do globo transformou-se num verdadeiro cinturão produtor de frutas cítricas, tornando a laranja uma das frutas mais cultivadas em todo o mundo.

No Brasil, a produção de laranjas desenvolveu-se muito a partir dos anos 60, quando uma geada sem precedentes destruiu grande parte dos laranjais da Flórida, nos Estados mundial de sucos cítricos, os Estados Unidos passaram a demandar importações, o que impulsionou países como o Brasil a investir nessa cultura. E deu certo.

Os produtores paulistas foram os primeiros a ter condições de entrar nesse mercado. Nos últimos 20 anos, com a instalação dos laranjais, foram bastante notáveis as mudanças ocorridas na paisagem das regiões produtoras do Estado de São Paulo, que se transformou no principal produtor do país.

Chamam a atenção as enormes extensões de terra repletas de laranjeiras, especialmente nas proximidades das estradas que interligam os municípios de Limeira, Bebedouro e Araraquara.

Ainda mais quando o perfume próprio das árvores em floração tomam e inebriam por completo o ar da região.

Além de São Paulo, vários outros Estados brasileiros também dispõem de considerável produção de laranjas e demais frutos cítricos, destacando-se Rio de Janeiro, Minas Gerais, Sergipe, Rio Grande do Sul, Paraná e Goiás. São vastos laranjais florindo e florescendo de acordo com os padrões mais elevados de qualidade e produtividade, de maneira a suprir totalmente as necessidades internas e a ocupar uma boa fatia do mercado internacional.

Essas laranjas de suco, também consumidas in natura, combinam deliciosamente com alguns pratos salgados. Apenas para citar uma das mais típicas refeições brasileiras, na feijoada a laranja, cortada em gomos ou em pedaços, é servida à vontade juntamente com feijão, arroz, carnes e couve, sendo indispensável para “cortar a gordura” e atenuar a pimenta.

As laranjas azedas são, também, bastante utilizadas na culinária de nível internacional no preparo de molhos para o cozimento e para o acompanhamento de carnes, aves e peixes, tais como o famoso canard aux oranges ou pato com laranja.

Por outro lado, a laranja-baía e a baianinha – espécies desenvolvidas no Brasil, mais precisa-mente na Bahia, hoje em produção em vários países do mundo – assim como as demais laranjas-de-umbigo, são mais adocicadas e melhores para o consumo in natura. Muito procurada nos mercados europeus, ali, a laranja-baía é considerada a laranja de mesa por excelência, pois sua consistência e firmeza a tornam fruta própria para o consumo elegante e sofisticado, com garfo e faca.

Abaixo do Equador, no entanto, as qualidades das várias laranjas costumam ser aproveitadas, sem tanta cerimônia, a qualquer hora do dia: no desjejum, na sobremesa, no lanche da tarde, pela noite e para repor as energias perdidas.

Sempre é boa hora para aproveitar o suco doce, refrescante e vitaminado de uma laranja. Brincadeira de criança é, no verão, no quintal da casa da avó, lambuzar-se para chupar aquela montanha de laranjas descascadas pacientemente pelo avô e, depois, tomar um bom banho de esguicho.

A laranja-lima ou serra-d’água, de menor expressão comercial, é também a mais difícil de ser encontrada. Pouco ácida, muito doce e saborosa, principalmente quando colhida de velhas laranjeiras cultivadas com todo o carinho em pomares especialmente bem tratados, é indicada para o suco dos bebês e para o consumo de todos aqueles que sofram com problemas digestivos.

Vale ainda destacar as laranjas apropriadas para a confecção dos deliciosos doces em calda, cristalizados, compotas, conservas, gelatinas, geleias, cremes, pudins, mousses, bom-bocados, bolos, biscoitos, tortas, coberturas, recheios e outros mais, que a doceira especialmente, a brasileira – inventou.

Em geral, para os doces, utilizam-se as qualidades de laranjas mais azedas, como a laranja-da-terra e a laranjinha-azeda, das quais se aproveitam tanto a polpa gomosa como a casca e, em alguns casos, apenas a casca, que é pacientemente retirada do fruto com uma lamina preparada para isso.

Na doceira, também, a essência da flor de laranjeira beleza perfumada e branca, tradicional símbolo de pureza constitui-se em importante especiaria aromatizante. Na doceira árabe, apenas para relembrar, praticamente todos os doces e caldas levam as delicadas essências de flores em sua composição.

Fruta gostosa, refrescante, alimentar, vitaminada, diurética, depurativa: o “elogio da laranja”, como diz Lúcia C. Santos, “já está feito pelo consumo formidável que ela vem alcançando no mundo”.2

Por Ellen Levy Finch (Elf)

A laranja é o fruto da laranjeira (Citrus × sinensis), uma árvore da família Rutaceae. É um fruto híbrido que teria surgido na Antiguidade a partir do cruzamento da cimboa com a tangerina.

O sabor da laranja varia do doce ao levemente ácido, mas na natureza existem também as laranjas extremamente ácidas, que pertencem a outra espécie, Citrus aurantium.

Frequentemente, esta fruta é descascada e comida ao natural, ou espremida para obter sumo. As pevides (pequenos caroços duros) são habitualmente removidas, embora possam ser usadas em algumas receitas. A casca exterior pode ser usada também em diversos pratos culinários, como ornamento, ou mesmo para dar algum sabor. O albedo, a camada branca interior da casca, de dimensão variável, raramente é utilizado, apesar de ter um sabor levemente doce. É recomendada para “quebrar” o sabor ácido da laranja na boca, após terminar de consumir o fruto.

A laranja doce foi trazida da China para a Europa no século XVI pelos portugueses. É por isso que as laranjas doces são denominadas “portuguesas” em vários países, especialmente nos Bálcãs (por exemplo, laranja em grego é portokali e portakal em turco), em romeno é portocala e portogallo com diferentes grafias nos vários dialectos italianos.3

EXEMPLAR PLANTADO NO CÓRREGO:
Foto em


Fontes:
1https://www.todafruta.com.br
2http://www.bibvirt.futuro.usp.br
3https://pt.wikipedia.org/wiki/


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