Agroecologia

Agroecologia

A Agroecologia é entendida como enfoque científico transdisciplinar que utiliza conceitos e princípios ecológicos no desenho e manejo de agroecossistemas sustentáveis, proporcionando as ferramentas teóricas e práticas necessárias para a transição da agricultura convencional para outra mais ecológica e menos impactante, passando pelo redesenho dos agroecossistemas de modo que os mesmos alcancem seu equilíbrio dinâmico

A Agroecologia requer, ao menos, a articulação de três componentes básicos: o técnico-agronômico, modelado desde uma perspectiva ecológica; o sociocultural, visto desde a perspectiva histórica; e o político, construído através do projeto de busca da igualdade.

Sistema Agroflorestais

Os SAFs são uma tentativa de resgatar os conhecimentos de agricultores tradicionais,
indígenas e dos povos da floresta, que manejam os recursos naturais locais e a sociobiodiversidade associada, mantendo seus sistemas produtivos por gerações e gerações.
Os SAFs “apresentam-se como um sistema de produção que, além de produzir matérias-primas de interesse para o ser humano, conservam os recursos naturais, inclusive a biodiversidade, sem a necessidade de insumos externos” colaborando para uma agricultura mais sustentável.

Assim, se adota como definição principal de Sistemas Agroflorestais, sistemas e tecnologias de uso da terra em que espécies lenhosas e perenes são usadas deliberadamente na mesma unidade de manejo da terra junto com cultivos agrícolas e/ou criações animais, sob variadas formas de arranjo espacial e sequência temporal.

Sistema Agroflorestal é uma expressão “guarda-chuva”, que abrange diversas classificações em função de sua estrutura no espaço, seu desenho através do tempo, a importância relativa e a função dos diferentes componentes, assim como os objetivos da produção e suas características sociais e econômicas.

Os SAFs devem ser conduzidos pelo processo sucessional, em que plantas tipicamente pioneiras, secundárias e transicionais crescem juntas e, em cada fase da sucessão, haverá uma comunidade dominando, direcionando a mesma. Assim os indivíduos das espécies mais avançadas na sucessão não se desenvolvem enquanto as iniciais não dominam, fazendo o papel de criadoras das sucesso.

Os Sistemas Agroflorestais configuram-se como um grande potencial de confrontar os sistemas convencionais de uso da terra, melhorando as condições atuais, fornecendo bens e serviços e integrando outras atividades produtivas. Os SAFs são uma boa opção para os
agricultores familiares, principalmente na amazônia, pois representam um novo enfoque de desenvolvimento rural, uma nova perspectiva de modelo de uso da terra


Fonte: AGROECOLOGIA, SISTEMAS AGROFLORESTAIS E SUA CONTRIBUIÇÃO PARA A SUSTENTABILIDADE NO
NORDESTE PARAENSE por Henderson Gonçalves Nobre, Francisco Sérgio Neres da Silva, Daiane Silva Oliveira, Paulo Renato Benevides e Eduardo Rodrigues Araújo. In Sistemas Agroflorestais : experiências e reflexões / João Carlos Canuto , editor técnico.– Brasília, DF : Embrapa, 2017
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Agroecologia, Permacultura, Agrofloresta, Agricultura Sintrópica, Orgânicos…

É fácil se perder em meio a tantos conceitos e propostas. Mas e ai, o que é cada um?

Começando pela Agrofloresta. O conceito de agrofloresta já está aqui pelo Brasil desde dos anos 80. O conceito evolui da proposta de Agrossilvicultura, onde espécies lenhosas são cultivadas em consórcio com espécies herbáceas e anuais, então basicamente a ideia surge da possibilidade de consórcio de árvores, plantadas para madeira, e herbáceas para alimentação ou pasto.

Na publicação da Embrapa “Sistemas Agroflorestais: Conceitos e Aplicações” por Vera Lex Engel dá para se ter uma ideia, nessa publicação tem uma conceituação legal para quem quiser se aprofundar.

Partindo daí vemos a necessidade de evolução do conceito do Ernst Gostch, quando ele aborda seu método como Agricultura Sintrópica sendo diferente de Agrofloresta, ou seja, qualquer produção de madeira atrelada com herbáceas já estariam englobadas no termo Agrofloresta, sendo assim se eu plantasse Eucalipto consorciado com milho e feijão por exemplo eu já estaria fazendo “Agrofloresta”, muito diferente da Agricultura Sintrópica.

A Agricultura Sintrópica, conceito apresentado pelo Ernst Gotsch, mais do que um simples consórcio entre madeira e herbáceas é baseado na Sintropia,

“O princípio da Sintropia (ao qual a entropia está intimamente ligada, dentro de cada sistema do universo, até mesmo os cibernéticos, vivos ou não) faz com que sua existência seja preservada apesar da entropia nesse mesmo sistema. É um processo que opõe-se à perda de energia, e desorganização através de uma injeção de novas energias geradas a partir deste mesmo processo ou de outros, de fora do sistema, e muitas vezes energia inútil nestes. “-Wikipedia

Sendo assim o sistema Sintrópico já é pensado para ser organizado e estabelecer ganho energético.

Na prática é a busca por um sistema em equilíbrio onde todas as espécies tem seu papel. O Eucalipto não está ali apenas para a produção de madeira, ele irá gerar matéria orgânica que vai adubar o solo, descompactar e buscar nutrientes em outras camadas para devolver ao solo na parte superior, e fazer parte de um sistema de interação entre espécies.

Na Agricultura Sintrópica quem gerencia o sistema está constantemente buscando uma sucessão biodiversa acelerando os processos e buscando uma floresta produtiva. De maneira geral a Agricultura Sintrópica é uma Agrofloresta, mas nem toda Agrofloresta é Sintrópica. A Agrofloresta pode estar pautada em propostas tradicionais de aplicações de venenos, herbicidas sendo apenas uma possibilidade de consorcio agrícola.

A Permacultura é um conceito que nasceu na Austrália desenvolvida por Bill Mollison e David Holmgren. O nome tem origem na união das duas palavras Permanente e Agricultura.

Uma Agricultura Permanente, a Permacultura tem como uma das suas principais bases o design de ambientes sustentáveis como Bill Mollinson descreveu:

“Permacultura é um sistema de design para a criação de ambientes humanos sustentáveis e produtivos em equilíbrio e harmonia com a natureza.”

A Permacultura abrange diversos conceitos, e vai desde a ocupação de um terreno, a criação de lagos artificiais para a fertirrigação.

Orgânicos. Ahh os orgânicos! com selos bonitos e chamando a atenção nas gôndolas de supermercados.

Entre os conceitos aqui apresentados talvez o mais simples, orgânico, apenas aceita a aplicação do que organicamente foi retirado, extraído ou gerado.

Há muitas exigências das certificadoras, e para ter aquele selinho no produto existe uma enorme lista do que tem que ser feito.

Sempre bom lembrar que o orgânico não é sinônimo de sustentável. O orgânico de certo está na minha lista do menos pior. Ele não recebeu agrotóxico nem adubo químico, porém isso não é tudo no meu modo de ver, acredito na Agricultura Sintrópica e na Permacultura onde a ideia e estarmos permanentemente no local, produzindo de forma sadia com o mínimo possível de elementos externos. Mas e o orgânico?

Não acho a simplicidade do orgânico suficiente para uma mudança de consciência e de forma de produção. O orgânico muitas vezes apenas muda o pacote da agricultura tradicional para um pacote tradicional com insumos orgânicos. A lógica de produção, extrativista sem preocupação com o solo continua mas com insumos orgânicos.


Fonte: http://quintalflorestal.com.br/agrofloresta-x-agricultura-sintropica-x-permacultura-x-organicos/


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