Turismo e população local


Opinião de um Morador de Itacaré no sul da Bahia

O exemplo de Itacaré compreende um modelo desigual sem sustentação na concepção do desenvolvimento sustentável. A exploração do local, do ponto de vista turístico, é bem-vinda, afinal, favorece toda economia regional. O que não pode é desenvolver a qualquer custo.

Entre os pontos percebidos, estão:

  • poder público ineficiente (vistas gro$$as) na fiscalização das leis ambientais. A falta de rigor só favorece a exploração por parte dos empresários, ao implementar seus empreendimentos em locais inapropriados, não considerando impactos degradantes ao ecossistema;
  • falta de investimento em infraestrutura para suportar o volume crescente de turistas, ocasionado desequilíbrio nos hábitos e costumes dos moradores. Geralmente, o crescimento desenfreado de cidades tende a ser desordenado, sem planejamento urbanístico, saneamento público e com precário atendimento público sobre as necessidades básicas como saúde, segurança e educação;
  • desfavorecimento da população local em muitas atividades ligadas à exploração econômica turística, como: plena absorção de mão de obra local, qualificação de pessoal, inclusão digital, exclusão de vendedores ambulantes nas praias onde há concentração de turistas vinculados a hotéis (mesmo sendo faixa de marinha, ou seja, da União);
  • total desrespeito à comunidade local: simplesmente entram, impõem suas regras sem que haja um diálogo em prol do desenvolvimento igualitário, como se os nativos fossem culpados por estarem ali há gerações.
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