Feijão-de-corda



Nome popular: Feijão-de-corda
Nome científico: Vigna unguiculata
Exigência por fertilidade: média
Ciclo de vida: anual
Estrato: baixo
Boa produtora de biomassa: não
Alimento humano: sim
Atração de fauna e polinizadores: sim
Forrageira: sim
Potencial madeireiro: não
Potencial medicinal: Sim
Potencial de renda e mercado: sim
Ocorrência predominante/ bioma indicado: Cerrado/Caatinga



Vigna unguiculata, popularmente conhecida como feijão-caupi, feijão-miúdo, feijão-de-corda, feijão-fradinho, feijão-frade ou feijão-macáçar, é uma planta da família das leguminosas (Fabaceae), subfamília papilionoídea (Faboideae).

A espécie apresenta muitas variedades cultivadas, podendo variar, por exemplo, o padrão de cores das sementes ou o tamanho das vagens, que podem ser curtas ou muito longas, dependo da variedade.

Descrição: São plantas geralmente anuais, erectas ou trepadoras, com caules estriados e glabrescentes, isto é, com tendência a perder os pelos que se dispõem na suas hastes.

As suas folhas são trifolioladas, com apêndices (estípulas) na base do pecíolo, sendo os dois folíolos laterais oblíquos em relação ao plano do folíolo central. As flores dispõem-se em pequenos grupos semelhantes a cachos, com poucas flores, que partem da base do pecíolo das folhas (ou seja, em pseudocachos paucifloros axilares).

As flores, completas, têm o cálice bilabiado (formando duas partes que se dispõem como dois lábios), apresentando o lábio superior dois lóbulos e o inferior três. A corola é papilionácea, isto é, com cinco pétalas com a seguinte disposição: uma maior, externa (o estandarte ou vexilo) sob a qual se dispõem duas pétalas laterais (as “asas”) fechadas sobre duas pétalas internas, unidas em forma de quilha (ou carena) que, por sua vez, protegem os órgãos reprodutores da flor.

O estandarte é arredondado, geralmente de cor branca, esverdeada, amarela ou lilacínea, enquanto que as asas variam do azul ao púrpura. A quilha é esbranquiçada e não espiralada. Existe uma variedade de flores lilacíneas e outra de flores violáceas com vexilo amarelo. Cada flor tem dez estames, dos quais nove estão unidos uns aos outros e um é livre. O carpelo tem um estigma encurvado e húmido que facilita a aderência dos grãos de pólen. O ovário é estreito e alongado, com os óvulos distribuídos em linha, o que explica o comprimento invulgarmente extenso da vagem.

As flores abrem-se apenas nas primeiras horas da manhã, não permitindo que a polinização por parte de insectos ocorra frequentemente. De facto, a autopolinização é a regra nesta espécie.

As vagens são lisas, lineares e cilíndricas, com sementes numerosas. Estas apresentam-se de cor branca ou amarelada, geralmente com o hilo (o “olho” do feijão) com uma orla castanha ou negra, que permite facilmente a sua identificação.

Origem: A sua origem é obscura, ainda que se acredite que seja originária da África Tropical, de onde teria se dispersado para outras regiões com clima semelhante, como a Índia. Possui várias subespécies, como o feijão-chicote, que têm, por sua vez, inúmeras variedades, cultivadas pelas sementes comestíveis, de formas e cores diversas, utilizadas também como forragem especialmente nutritiva e como adubo verde.

Brasil: Este tipo de feijão constitui a base alimentar de muitas populações rurais devido ao seu elevado valor nutritivo a nível proteico e energético e à sua fácil adaptação a solos de baixa fertilidade e com períodos de seca prolongada. Na Região nordeste do Brasil, a colheita de suas vagens e o consumo de seus feijões ocorrem tanto na fase de plena maturação quanto antes, caso este em que o produto é denominado “feijão-verde”, sendo largamente usado na culinária regional. O feijão maduro é ingrediente básico do acarajé, bolinho frito típico da culinária baiana.

Outras designações
Além dos nomes já referidos, esta espécie tem também os seguintes nomes populares:
Brasil: Boca-preta, Ervilha-de-vaca, Favalinha, Feijão-alfanje, Feijão-besugo, Feijão-careta, Feijão-carita, Feijão-carito, Feijão-chicote, Feijão-chícharo, Feijão-chinês, Feijão-congo, Feijão-corda, Feijão-da-china, Feijão-de-boi, Feijão-de-corda, Feijão-de-frade, Feijão-de-macáçar, Feijão-de-olho-preto, Feijão-de-vaca, Feijão-de-vara, Feijão-frade, Feijão-frade-comprido, Feijão-galego, Feijão-gurutuba, Feijão-lagartixa, Feijão-macáçar, Feijão-mancanha, Feijão-mineiro, Feijão-miúdo, Feijão-miúdo-da-china, Feijão-vinha, Feijãozinho-da-índia, Mebauene, Mucunha, Mulato-gelato, Angola, Feijão-macundi, Maconde, Macunde, Macundi
Cabo Verde: feijão mongolão, “bongolon” (Crioulo de Cabo Verde)
Moçambique: nhemba, namerrua, Ikhutye1


1https://pt.wikipedia.org/wiki/Vigna_unguiculata


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